O país está em pânico: António Guterres venceu todas as votações para secretário- -geral da ONU. Mais eis que surge uma búlgara, patrocinada pela pérfida Merkel e pelo pérfido Juncker, que se prepara para roubar o troféu ao nosso António. ‘Não pode ser!’, gritam os portugueses, que sempre tiveram o hábito saloio de confundir feitos individuais com glórias para a pátria. Calma, povo. Eu sei que é simpático ter a ilusão de que se governa o mundo. Mas, aqui entre nós, Guterres nunca iria governar o mundo.
Como qualquer secretário-geral, dependeria sempre dos humores do Conselho de Segurança – Rússia e China de um lado, Estados Unidos, Grã-Bretanha e França do outro. O cargo é simbólico e, como se viu com Ban Ki-moon (na Síria, na Palestina, no Sri Lanka, etc.), largamente ineficaz. Se Guterres vencer, óptimo para ele. Viver em Nova Iorque compensa bem ter que aguentar a ONU.
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