João Pereira Coutinho

A arte de não estragar

27 de maio de 2017 às 00:30
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Portugal saiu do Procedimento por Défice Excessivo e as claques entraram em cena. A direita reclamou vitória e atribuiu o feito ao governo Passos-Portas. A esquerda guardou a taça só para si e voltou à fantasia da ‘reposição de rendimentos’.

O Presidente, para serenar as crianças, disse que havia bolo para todas. Em que ficamos? Sim, o grande esforço no défice foi feito nos anos da ‘troika’. Mas o grande mérito de Costa não está naquilo que ele fez; está naquilo que ele não fez: lançar o país num PREC encapotado.

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Isso implicou convidar a extrema-esquerda para o baile sem nunca permitir que ela conduzisse a dança. Melhor: depois dos amendoins da praxe (salários, pensões, etc.), os camaradas estão domados. Verdade que, com a actual maioria, o país não se reforma; e a conjuntura favorável pode ser, precisamente, conjuntural. Mas, em política, a arte de não estragar também merece ser saudada.

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