O Natal chegou e a imprensa inunda os lares com artigos tremendos. Segundo parece, a quadra provoca angústias e ansiedades nunca antes vistas na história da humanidade. É a reunião da família, as memórias dolorosas, a ‘obrigação de dar’, as ‘expectativas de perfeição’ e outros terrores que pairam sobre os mortais entre os dias 24 e 25.
O cenário é tão medonho que especialistas vários não se cansam de emitir conselhos – como a protecção civil nos momentos de frio e calor.
Um ingénuo, antes de ler estas prosas, diria que o Natal deve ser particularmente brutal para os sírios, os líbios, os venezuelanos – ou, para ficarmos em casa, para as famílias que perderam tudo nos incêndios de Verão. Mas depois descobrimos que quem mais sofre é a classe média urbana com as suas neuroses.
Longe de mim recomendar coisa alguma. Apenas pergunto: quando foi que nos tornámos tão infantis e ridículos?
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