António Mexia, ex-ministro e presidente executivo da EDP (de capitais chineses e estado-unidenses), ganhou 6000 euros por dia em 2015. Mas, no nosso solar país, 70% não consegue manter a casa aquecida e muitos morrem de frio.
Em 2015, Mexia recebeu quase o dobro do que em 2014. Mas, com certeza, acha que um aumento do salário mínimo de 25 euros é viver acima das nossas possibilidades.
Também em 2015, o conselho de administração executivo da EDP recebeu 10 milhões de euros, um aumento de 59% relativamente a 2014. Mas Portugal tem das energias mais caras da Europa. A EDP tem lucros anuais na ordem dos mil milhões de euros. Mas Mexia exige que sejam os contribuintes a arcar com o custo da tarifa social das famílias com carência económica.
A EDP foi vendida ao desbarato (diz o Tribunal de Contas) e em 15 anos quem a comprou já terá ficado com os dividendos de todo o seu investimento. Mas a companhia tem impedido que essas famílias tenham tal benefício, encaixando no seu lucro o dinheiro dos descontos que não chegaram a ser atribuídos. A EDP não está obrigada contratualmente a garantir a energia ao país e a qualidade do serviço público. Pois é.
Mas foi você que pediu uma privatização?