Paulo João Santos

Jornalista

O grito da Amazónia

22 de novembro de 2025 às 00:32
Partilhar

A notícia mais relevante da Cimeira do Clima, que terminou ontem, foi o incêndio num pavilhão. Parece que teve origem num curto-circuito. Labaredas enormes tomaram conta do espaço e começou tudo a fugir, em pânico, como se Belém, a ‘porta da Amazónia’, se tivesse transformado na ‘porta do Inferno’, uma espécie de grito de revolta do pulmão da Terra pela ausência de soluções concretas para tratar o ambiente. Duas semanas de debate e discussão não foram suficientes para produzir, sequer, um antibiótico. Fica, até, a ideia de que se não fosse o fogo, muitos nem se teriam apercebido que responsáveis de dezenas de países estavam ali reunidos para dar resposta ao problema das alterações climáticas.

É certo que as expectativas eram mínimas. Como escreve hoje, nas páginas do CM, o coronel Eduardo Caetano de Sousa, quem se preocupam, por agora, com as cimeiras do clima? Mas, que diabo, ao menos que plantassem uma árvore ou regassem um jardim.

Pub

Mesmo considerando que as pessoas ‘só se lembram de Santa Bárbara quando troveja’, a verdade é que há um problema ambiental que está a ser negligenciado. Obriga a alterar os nosso hábitos? Seguramente. Não há alternativas para andar mais depressa? Em parte sim. Vai obrigar a alguns sacrifícios? Absolutamente. Agora, que não haja dúvidas: é preciso agir o quanto antes, sob pena de, em vez de arder um pavilhão, o fogo pegar ao planeta inteiro.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar