Armando Esteves Pereira
Diretor-Geral Editorial AdjuntoOs 50 anos do 25 de Novembro merecem ser celebrados. Nesse dia foram neutralizados os desvarios do PREC (processo revolucionário em curso, que aqueceu o País em 1974 e 1975) e foi aberto o caminho da democracia representativa que vivemos. Mas o 25 de Novembro não existe sem 25 de Abril de 1974, nem o substitui, nem sequer é o episódio mais importante na democratização do País depois desse "dia inicial inteiro e limpo" como Sophia eternizou. Mais importante do que o golpe de Novembro para o caminho que percorremos foi o 25 de Abril de 1975, data das primeiras eleições livres, onde o povo soberano deu uma lição de civismo e de sabedoria, rejeitando nas urnas as loucuras revolucionários, tendo o PS e os partidos à sua direita uma grande expressão eleitoral, enquanto o PCP e a extrema-esquerda tiveram e uma derrota que surpreendeu quem só via a política a partir dos cafés de Lisboa.
A propósito dos 50 anos do 25 de Novembro surgiu uma narrativa de quase menosprezar o 25 de Abril e criar uma ficção ideológica de direita à volta deste movimento. O 25 de Novembro tem heróis, a começar no campo militar por Jaime Neves e os seus comandos. Deste movimento emerge em termos políticos a figura de Ramalho Eanes, mas outros têm igual mérito como Pires Veloso. Outras figuras maiores merecem ser louvadas e sem elas esse dia não teria o mesmo significado, nem o processo teria sido tão pacifico. Mário Soares, Melo Antunes e os seus camaradas do grupo dos 9 foram os maiores vencedores. Nem José Mário Branco, que chorou o fim de uma utopia e cantou "Quando a nossa festa se estragou e o mês de Novembro se vingou" , imaginaria a dimensão dessa tentativa de vingança , 50 anos depois.
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