Ordem no PS para evitar Belém

A ordem é para focar o discurso nas legislativas. Entre os deputados do PS não existe uma orientação escrita, mas o guião de declarações públicas do líder socialista, António Costa, ao insistir que o momento não é o das presidenciais, está a ser cumprido entre os deputados que constam nas listas para as legislativas de 4 de outubro.

A candidatura de Maria de Belém baralhou a estratégia e o tempo escolhido para a anunciar – com Costa em direto numa televisão –, o que terá desagrado ao secretário-geral, apurou o CM junto de fontes socialistas.

Ontem, depois do apoio de Manuel Alegre, um dos históricos do PS, a Maria Belém, sucederam-se os apoios à ex-ministra por deputados cessantes, como é o caso de José Junqueiro.

A contagem de espingardas entre Belém e Sampaio da Nóvoa, o ex-reitor, que já está no terreno desde abril, pode afetar a estratégia do PS. Por isso, Ferro Rodrigues, líder parlamentar, lembrou que seria "miopia" falar do tema antes das legislativas.

Fora do PS, o padre Vítor Melícias diz ao CM que Maria de Belém "dará uma boa presidente", mas não diz se a apoia. Do lado sindical, o ex-líder da UGT, João Proença, destaca o perfil ganhador de Belém e o facto de "ser uma mulher claramente identificada com as ideias socialistas".

António Saraiva, da CIP, ou o ex-ministro Teixeira dos Santos preferem ser equidistantes.