"Vamos ver quem fez má figura daqui a uns meses": Sócrates critica declarações de Passos Coelho sobre Costa
Antigo primeiro-ministro falava aos jornalistas antes de entrar no Juízo Central Criminal de Lisboa para ser ouvido como testemunha no julgamento do Caso EDP.
O antigo primeiro-ministro José Sócrates criticou, esta terça-feira, as declarações do sucessor Pedro Passos Coelho sobre a demissão de António Costa e disse que se recusa a fazer ataques políticos "disfarçados" de análises.
Esta terça-feira, ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho considerou que a demissão de António Costa, na sequência do processo Operação Influencer, se deveu a "indecente e má figura", apelando a uma mudança política nas próximas eleições legislativas.
"Poupem-me ao ataque político disfarçado de reflexão. Não tem nada a ver com análise. Vamos a ver quem fez má figura daqui a uns meses. Se foi o primeiro-ministro, o Ministério Público ou a oposição", afirmou Sócrates.
José Sócrates falava aos jornalistas antes de entrar no Juízo Central Criminal de Lisboa para ser ouvido como testemunha no julgamento do Caso EDP.
O antigo ministro da Economia (entre 2005 e 2009) Manuel Pinho, que está em prisão domiciliária desde dezembro de 2021, responde em julgamento por um crime de corrupção passiva para ato ilícito, outro de corrupção passiva, um crime de branqueamento de capitais e um crime de fraude fiscal.
A sua mulher, Alexandra Pinho, será julgada por um crime de branqueamento e outro de fraude fiscal - em coautoria material com o marido -, enquanto o antigo presidente do BES, Ricardo Salgado, vai a julgamento por um crime de corrupção ativa para ato ilícito, um crime de corrupção ativa e outro de branqueamento de capitais.
Inicialmente ligada à gestão da empresa elétrica e a alegados favores, a investigação arrancou em 2012 por causa dos Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC).
Em causa estavam suspeitas de corrupção e participação económica em negócio por parte dos antigos administradores António Mexia e Manso Neto para a manutenção do contrato das rendas excessivas, no qual, segundo o Ministério Público (MP), teriam corrompido o ex-ministro Manuel Pinho.
No entanto, o MP acabou por separar em dezembro de 2022 os processos, ao centrar-se por agora nas suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais com dinheiros provenientes do Grupo Espírito Santo (GES) relativamente a Manuel Pinho, Alexandra Pinho e Ricardo Salgado.
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