André Ventura admite que não pretende apresentar moção de rejeição a Governo da AD
Presidente do Chega recusa "alimentar a ideia de que a esquerda pode governar".
André Ventura afirmou estar a preparar, através de "canais informais entre o Chega e o PSD", uma solução "de governo a quatro anos" para apresentar a Marcelo Rebelo de Sousa, numa entrevista concedida esta quarta-feira ao Grande Jornal da CMTV. O presidente do Chega recusa "alimentar a ideia de que a esquerda pode governar", admitindo que o partido não planeia apresentar uma moção de rejeição a um eventual Governo da Aliança Democrática.
"Só por irresponsabilidade é que poderá haver novas eleições. (...) Não faz sentido que um partido com quase 20 por cento dos votos fique fora do governo", sublinhou. Ao presidente da República, também transmitirá a objeção à "tentativa infeliz de condicionar a democracia" antes das eleições. "O presidente não tem de se opor" a um acordo de governo com o Chega, frisou.
Na ótica de André Ventura, o governo chefiado pelo social-democrata Luís Montenegro tem de ser mais "curto" do que os anteriores. Na composição dos ministérios, o Chega quer ter "uma palavra a dizer" sobre as pastas das Finanças, da Agricultura, da Administração Interna e da Justiça. As prioridades devem passar pelo "combate à corrupção, a redução de impostos, o aumento das pensões, as forças de segurança e os ex-combatentes", enumerou. Sobre a imigração, a posição do Chega é "mais forte" do que a posição do PSD, argumentou.
Da parte do Chega, não está "nos planos" apresentar uma moção de rejeição a um eventual Governo da Aliança Democrática. "O Chega é um partido que gosta de construir e não de destruir", notou. Sobre a moção de rejeição anunciada pelo PCP, André Ventura classificou-a de "absolutamente inconsequente". "Acho graça o PCP apresentar uma moção de rejeição, com quatro deputados, a um programa que não sabemos qual é", atirou. Já quanto à reunião entre os partidos de esquerda pedida pelo BE, considerou que "só existe porque veem fraqueza da direita".
Para já, o Chega está à espera de "um acordo sobre um orçamento retificativo" com o PSD e o CDS-PP, mas não se compromete a aprovar o Orçamento do Estado para 2025. "Só vou votar favoravelmente se houver negociações. (...) Sei que o risco está do meu lado", vincou.
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