PS vai pedir debate de urgência com Miranda Sarmento sobre redução do IRS para a próxima quarta-feira
"O PSD e a AD andaram a prometer aquilo que já estava no Orçamento de Estado do PS", disse Alexandra Leitão.
Alexandra Leitão, líder parlamentar do PS disse, este sábado, que o partido vai entrar com um pedido de debate de urgência para se realizar na próxima quarta-feira sobre a descida das taxas de IRS que Luís Montenegro anunciou na sexta-feira.
"Para quem fala em lealdade e confiança é uma total falta de credibilidade deste Governo", disse.
"O PSD e a AD andaram a prometer aquilo que já estava no Orçamento de Estado do PS. Isto é tao grave que o PS vai entrar com pedido de debate de urgência para se realizar na proxima quarta-feira", rematou.
A líder parlamentar do PS acusou ainda Luís Montenegro de enganar o País e disse que este é "um Governo que começa muito mal, a quebrar a confiança".
Questionada sobre as declarações do líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, que acusou o PS de má-fé sobre esta matéria, Alexandra Leitão considerou que essa reação foi "bastante ridícula".
"Quando assistimos a uma situação em que todo o país foi enganado, propositadamente ou não, pelo Governo e pelo PSD, virar as coisas dessa forma acho que não merece muito mais comentário", salientou.
A líder parlamentar do PS considerou ainda que reduzir esta situação "a um problema de comunicação é provavelmente o eufemismo maior dos últimos tempos", salientando que é "evidente que não é um problema de comunicação".
"É evidente que aquilo que o Governo tentou fazer foi deixar os portugueses convencidos de que iam ter uma duplicação da redução do IRS. Foi claramente isso que aconteceu. Se o fizeram propositadamente ou não, acho bastante irrelevante, porque o que nós temos de ter é um Governo em quem os portugueses confiem e possam acreditar", defendeu.
Leitão recusou que o executivo tenha sido ambíguo, salientando que "quiseram beneficiar de um engano que criaram" e referindo que o Governo só veio "desmentir pela boca do senhor ministro das Finanças quando expressamente é perguntado sobre isso".
Já interrogada se o PS admite aprovar esta redução do IRS, tendo em conta que deverá rondar apenas 200 milhões, a líder parlamentar salientou que "é claramente cedo" para o partido se posicionar, uma vez que a proposta ainda não é conhecida e que o Governo "surpreende de hora a hora".
"Agora estamos focados é em obter da parte do Governo todos os esclarecimentos, a bem da confiança e da credibilidade. Um Governo que está a começar agora o mandato começa de facto muito, muito mal, quebrando já qualquer relação de confiança com o país", sustentou.
Em entrevista à RTP esta sexta-feira, o ministro das Finanças clarificou que os 1.500 milhões de euros de alívio no IRS referidos pelo primeiro-ministro esta quinta-feira, no início do debate do programa do Governo, não vão somar-se aos cerca de 1.300 milhões de euros de redução do IRS inscritos no OE para 2024, rondando assim os 200 milhões.
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