Gouveia e Melo acusado de traição por manifestante racista durante homenagem aos ex-combatentes

Proferidos insultos racistas após a oração do imã de Lisboa numa cerimónia do 10 de Junho

11 de junho de 2025 às 01:30
Gouveia e Melo alvo de insultos racistas em cerimónia do 10 de Junho Foto: José Sena Goulão/Lusa
Gouveia e Melo é alvo de insultos racistas após oração do imã de Lisboa Foto: Direitos Reservados

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“Uma traição ao povo português.” Numa cerimónia do 10 de Junho de homenagem aos ex-combatentes, o candidato presidencial Henrique Gouveia e Melo ouviu gritos de traição e insultos racistas devido à presença do imã de Lisboa, sheik David Munir. “Isto é uma vergonha, pá. Isto é não é a tua Pátria”, gritou outro homem no final da breve intervenção de David Munir, antes de se dirigir ao candidato presidencial e ex-chefe da Armada: “O almirante Gouveia e Melo está entregue aos traidores.” Durante largos minutos, este homem prosseguiu com insultos racistas, até ter sido retirado pelas autoridades para um espaço mais recuado, mais longe do palanque, onde alguns cidadãos faziam a saudação nazi.

No final da cerimónia, Gouveia e Melo não quis pronunciar-se sobre este incidente. “Estes momentos são de união e não de desunião. E é isso que é importante manter”, disse o almirante na reserva aos jornalistas. Este encontro de ex-combatentes é organizado todos os anos no Dia de Portugal pela Comissão Executiva para a Homenagem Nacional e tem contado com a presença de David Munir, imã de Lisboa desde 1986, constituindo-se como uma cerimónia inter-religiosa católica e muçulmana. “O respeito pelos antigos combatentes é importante e, tendo eu disponibilidade para também dar alguma visibilidade a esta cerimónia, predispus-me e julgo que é muito importante para estas pessoas que estão aqui sentirem-se acarinhadas por todos”, considerou Gouveia e Melo, a quem esta cerimónia “diz bastante”. “São aqui respeitados e lembrados na nossa alma e espírito os que combateram em África e todos os outros combatentes. E isso é importante, porque um povo sem memória é um povo que, depois, também perde o seu futuro”, vincou o candidato presidencial. Como é tradição, a cerimónia realizou-se no Monumento aos Combatentes do Ultramar, em Belém - onde o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, depositou uma coroa de flores -, tendo reunido centenas de participantes, na sua maioria ex-combatentes.

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