PM espera que cimeira UE-CELAC possa baixar "tensão crescente" com EUA e diz que "não há temas tabu"

Cimeira decorre num contexto de tensões diplomáticas entre Bogotá e Washington.

09 de novembro de 2025 às 15:06
Luís Montenegro Foto: Ricardo Meireles
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O primeiro-ministro disse esperar que a cimeira entre a União Europeia e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos possa contribuir para baixar a "tensão crescente" entre os Estados Unidos e a região, dizendo que "não há temas tabu".

Luís Montenegro falava à entrada para a 4.ª Cimeira entre a União Europeia e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), que decorre em Santa Marta (Colômbia), e decorre num contexto de tensões diplomáticas entre Bogotá e Washington depois de os Estados Unidos terem aplicado sanções ao Presidente Gustavo Petro e de o terem acusado de colaborar com o narcotráfico.

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Alguns países, como o Brasil, avisaram querer abordar o tema na cimeira UE-CELAC, com Lula da Silva a enquadrar a sua presença neste encontro como um ato de "solidariedade regional" para com a Venezuela, numa alusão ao destacamento militar dos Estados Unidos da América em zonas próximas das águas territoriais venezuelanas.

Questionado se faz sentido abordar estes temas na cimeira de hoje, Montenegro respondeu afirmativamente, defendendo que Portugal teve sempre um papel "interventivo e proativo" e, ao longo dos seus 900 anos de historio, procurou sempre "aproximar povos e resolver conflitos".

"Desde esse ponto de vista essa tensão, que é uma tensão crescente, interessa também a Portugal, interessa a humanidade, interessa a toda a comunidade de países com os quais nós temos um relacionamento próximo e não vejo nenhum inconveniente que a Cimeira possa abordar esse tema", disse.

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Montenegro disse esperar que este encontro possa conseguir uma aproximação de posições que favoreça "um relacionamento mais estável, mais consolidado entre todos estes Estados" e, depois, com os Estados Unidos da América do ponto de vista bilateral.

"Não há tabus em cima da mesa e eu acho que é assim mesmo que deve ser para quem tem verdadeira vontade de resolver os problemas, porque a melhor maneira para não os resolver era não falar deles", considerou.

O primeiro-ministro apontou os vários papéis de responsabilidade que o país tem assumido no contexto internacional, como, atualmente, a secretaria-geral das Nações Unidas por António Guterres, ou como que espera vir a ter se o país for eleito para integrar o Conselho de Segurança na ONU como membro não permanente 2027-2028.

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Os Estados Unidos dizem já ter afundado 17 embarcações no Caribe e Pacífico, alegadamente envolvidas em tráfico de droga, causando mais de 60 mortes, enquanto países como a Colômbia e a Venezuela classificam estes ataques norte-americanos como assassinatos e execuções extrajudiciais.

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