Alexandra Leitão afirma "solidariedade e união", mas exige "cabal esclarecimento" sobre acidente com elevador na Glória

Socialista considera que "é prematuro" avançar com uma avaliação política da tragédia.

04 de setembro de 2025 às 20:04
Alexandra Leitão Foto: Tiago Sousa Dias
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A cabeça de lista da coligação PS/Livre/BE/PAN à Câmara de Lisboa nas próximas eleições autárquicas, a socialista Alexandra Leitão, esteve esta quinta-feira no local do acidente do elevador da Glória, afirmando que o atual momento é "solidariedade e união".

"Queria ser muito clara quanto a que, neste primeiro momento, é um momento de solidariedade e união. Seguidamente, nos próximos dias que se seguem e início da próxima semana, são devidos esclarecimentos pelo próprio presidente da câmara [o social-democrata Carlos Moedas] e, naturalmente, pela empresa municipal Carris", afirmou Alexandra Leitão, após depositar uma coroa de flores junto ao local onde, na quarta-feira à tarde, ocorreu o descarrilamento do elevador da Glória.

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Em declarações à agência Lusa, a socialista reforçou que, "depois de passar esta fase de luto", é necessário "um cabal esclarecimento e uma assunção de responsabilidades" sobre o acidente, considerando que "é prematuro" avançar com uma avaliação política da tragédia.

"Neste momento, ao contrário do que foi feito por outras pessoas noutros momentos, não vou pedir a demissão de ninguém. Vamos ver o que é que se apura. É verdade que há erros técnicos que têm consequências políticas, mas vamos aguardar com serenidade, com tranquilidade", disse.

A candidata referia-se à posição tomada por Carlos Moedas enquanto candidato às autárquicas de 2021, em que pediu a demissão do então presidente da câmara, Fernando Medina (PS), devido à partilha de dados de ativistas russos por parte do município.

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Na corrida às eleições autárquicas de 12 de outubro, o social-democrata Carlos Moedas é recandidato ao cargo de presidente da Câmara de Lisboa, numa candidatura pela coligação PSD/CDS-PP/IL, enfrentando como principal opositora a socialista Alexandra Leitão (coligação PS/Livre/BE/PAN).

Até ao momento, a vereação do PS na Câmara de Lisboa, que é a principal força de oposição à atual liderança de PSD/CDS-PP, ainda não se pronunciou sobre o descarrilamento do elevador da Glória.

O ascensor da Glória, composto por duas cabines elétricas motorizadas sincronizadas por cabo, descarrilou ao final da tarde de quarta-feira, tendo provocado a morte de pelo menos 16 pessoas e cerca de duas dezenas de feridos, de várias nacionalidades.

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O Governo decretou um dia de luto nacional, a cumprir esta quinta-feira, e a Câmara de Lisboa decretou três dias de luto municipal, entre esta quinta-feira e sábado.

Na sequência deste acidente, a empresa municipal Carris abriu um inquérito interno para apurar responsabilidades, que contará com a colaboração de consultores externos, na sequência do pedido feito pelo presidente da câmara para "uma investigação externa independente".

Para Alexandra Leitão, o descarrilamento do elevador da Glória "foi um acidente terrível, provavelmente o pior acidente que aconteceu na cidade de Lisboa neste século XXI e em boa parte do século passado".

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A cabeça de lista da coligação PS/Livre/BE/PAN sublinhou que estes primeiros dias após o acidente são de luto e de homenagem às vítimas mortais e aos feridos, bem como aos profissionais que prestaram socorro, nomeadamente bombeiros, forças policiais, proteção civil e profissionais de saúde, "que responderam de imediato".

"Naturalmente, a seguir, depois de passar esta fase de luto, creio que há esclarecimentos que devem ser pedidos e que devem ser prestados [...] É uma empresa municipal, o conselho de administração é designado pela câmara municipal e, portanto, são devidos esclarecimentos pela própria empresa, pela câmara, mas isso será, numa segunda fase, breve, mas não imediatamente", declarou.

A socialista disse ainda que a câmara tem de assegurar o apoio às famílias das vítimas, inclusive a custear despesas de viagens e de translação de corpos.

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Alexandra Leitão expressou ainda solidariedade aos trabalhadores da Carris e da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, em particular pelas vítimas mortais que integram estas duas organizações, desde o guarda-freio do ascensor a funcionários da instituição de cariz social.

Sobre a questão da manutenção do elevador, que se encontra entregue a uma empresa externa quando antes era da competência dos trabalhadores das oficinas da Carris, a socialista considerou "muito prematuro" pronunciar-se sobre a qualidade do serviço agora prestado.

"Vamos aguardar os resultados, perceber qual foi o papel dos vários intervenientes em todo este processo, da Carris e da entidade que foi contratada externamente", indicou.

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