Alexandra Leitão diz que Carlos Moedas "mentiu" e não tem "postura para o cargo"
Candidata não diz se o atual presidente "deve continuar ou não" no cargo que ainda exerce, realçando que falta apenas uma semana para as eleições autárquicas.
A cabeça de lista da coligação "Viver Lisboa", Alexandra Leitão, disse este domingo que Carlos Moedas não tem "postura" nem "o nível que é preciso ter" para o cargo de presidente da câmara, porque "mentiu" sobre o elevador da Glória.
Em declarações aos jornalistas numa ação de campanha hoje de manhã, na freguesia de Benfica, a socialista repetiu o que escreveu na sexta-feira à noite nas redes sociais, comentando um trabalho jornalístico divulgado pela RTP segundo o qual há familiares de vítimas e feridos que nunca foram contactados pela câmara nem pela seguradora.
"Há vítimas (...) que, ao contrário do que foi dito repetidamente pelo ainda presidente da câmara, não foram contactadas pelo próprio nem por ninguém da câmara", assinalou, realçando que só por investigação jornalística se vai sabendo de factos "muito preocupantes" sobre o acidente ocorrido há um mês e que fez 16 mortos e duas dezenas de feridos.
Os últimos factos, revelados pela RTP, "põem mesmo em causa a (...) postura para o cargo" de Carlos Moedas, considera a cabeça de lista da coligação que junta PS, Livre, BE e PAN.
"Nunca pedi a demissão de Carlos Moedas, sempre disse que era para aguardar serenamente pelos resultados" do inquérito ao acidente, lembrou, reconhecendo, porém, que "a falta de cuidado" entretanto revelada "põe em causa, de certa forma, a postura, o nível que é preciso ter para o cargo de presidente da câmara de Lisboa".
Alexandra Leitão não diz se o atual presidente "deve continuar ou não" no cargo que ainda exerce, realçando que falta apenas uma semana para as eleições autárquicas.
Mas recorda que, nos dias a seguir ao acidente, Carlos Moedas justificou não reunir a câmara "porque estava a ir ao encontro das vítimas", o que a oposição aceitou.
Além disso, foi aprovado pela câmara um fundo de apoio às vítimas, que "afinal Carlos Moedas não criou, não fez nada", criticou.
"Como presidente da câmara será a primeira coisa que vou fazer: criar este fundo", prometeu.
O elevador da Glória é "um equipamento público onde morreram pessoas, onde ficaram feridas pessoas", assinalou, falando em "desresponsabilização total" de Carlos Moedas.
"O que vamos descobrir mais sobre o elevador?", questionou, perguntando aos lisboetas se "querem eleger alguém que mentiu, alguém que se esquivou a dar esclarecimentos com o argumento de que estava a apoiar as vítimas e afinal não estava a apoiar as vítimas" e que, confrontado com a investigação da RTP, reagiu primeiro reafirmando "que tinha estado com todas as vítimas", mas depois fez "um comunicado dizendo que afinal não tinha estado com todas as vítimas".
Além da candidata Alexandra leitão, concorrem à Câmara de Lisboa nas eleições autárquicas de 12 de outubro o atual presidente Carlos Moedas (PSD/CDS-PP/IL), João Ferreira (CDU-PCP/PEV), Ossanda Líber (Nova Direita), José Almeida (Volt), Adelaide Ferreira (ADN), Tomaz Ponce Dentinho (PPM/PTP), Luís Mendes (RIR) e Bruno Mascarenhas (Chega).
Atualmente, o executivo municipal integra sete eleitos da coligação "Novos Tempos" - PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança, sete eleitos da coligação "Mais Lisboa" - PS/Livre, dois da CDU e um do BE.
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