André Ventura considera que pen encontrada em gabinete "levanta suspeita de espionagem no governo de António Costa"

Em causa está um ficheiro que contém a identificação e outros dados pessoais de centenas de agentes.

30 de janeiro de 2025 às 15:34
Presidente do Chega, André Ventura Foto: José Sena Goulão/Lusa
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André Ventura, líder do partido Chega, solicitou esta quinta-feira a audição do secretário-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), do Diretor Nacional da PJ após a apreensão de uma 'pen-drive' com lista de agentes dos serviços de informações.

O deputado considera que a pen encontrada no gabinete "levanta suspeita de espionagem no governo de António Costa". 

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André Ventura revelou que desconhece se António Costa tinha ou não conhecimento que Vítor Escária tinha a pen guardada no cofre, porém defende que "um chefe de gabinete não tem acesso a esse tipo de informação". O presidente considerou não haver "nenhuma razão plausível" para que o chefe de gabinete do ex-primeiro-ministro tivesse dados sobre agentes dos serviços de informações, e disse que levanta suspeitas de "espionagem política e judicial".

"Não há nenhuma razão plausível para que um chefe de gabinete de um primeiro-ministro possa dispor de informação relativamente a agentes do Estado que detêm e operam informações sensíveis", afirmou André Ventura.

"A existência, com nomes, moradas e identificação de titulares desses processos é uma machadada no Estado de Direito e levanta a feroz suspeita de espionagem política e judicial por parte do Governo de António Costa, que é agora o presidente do Conselho Europeu", considerou.

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Em causa está a apreensão no âmbito da Operação Influencer, em novembro de 2023, de uma 'pen-drive' guardada num cofre do gabinete de trabalho do antigo chefe de gabinete do ex-primeiro-ministro com a identificação e outros dados pessoais de centenas de agentes do Serviço de Informação e Segurança (SIS), Serviço de Informações Estratégicas e Defesa (SIED), Polícia Judiciária (PJ) e Autoridade Tributária (AT).

A informação foi avançada na quarta-feira pela revista Sábado e confirmada à Lusa por fonte oficial da PGR.

Segundo a publicação, Vítor Escária alega que desconhecia o conteúdo da 'pen-drive' e que esta chegou ao Palácio de São Bento com o anterior chefe de gabinete, Francisco André.

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Hoje de manhã, o procurador-geral da República, Amadeu Guerra, dissera já, à margem de uma visita à Comarca de Porto Este, em Penafiel, que seriam "ouvidas as pessoas necessárias" para ser descoberta a verdade.

Na quarta-feira, o advogado de António Costa, João Lima Cluny, disse à Lusa que o ex-primeiro-ministro, atual presidente do Conselho Europeu, desconhece "em absoluto do que se trata".

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