Costa quer Sócrates fora de jogo
É o congresso mais rápido da história do PS: apenas um dia e meio.
O XX Congresso do PS arranca hoje de manhã no Parque das Nações, em Lisboa, com uma mensagem muito clara aos delegados: o caso do ex-primeiro-ministro e ex-líder do PS José Sócrates deve ficar à porta. O próprio líder do PS, António Costa, deverá cumprir nos discursos de abertura e encerramento este voto de silêncio.
Até ontem, com exceção de Mário Soares, as reações dos militantes têm sido de contenção, cumprindo a recomendação de Costa, segundo a qual "os sentimentos de solidariedade e de amizades pessoais não devem confundir a ação política do PS". Mas o ‘espectro’ de Sócrates paira sobre o congresso e o discurso de Manuel Alegre pode incendiar os ânimos.
A estratégia de Costa para o conclave é clara: unir o partido, definir uma estratégia alternativa ao Governo e trazer para o PS o contributo dos independentes.
Para a união do partido, Costa deverá aceitar a lista de 96 nomes para os órgãos nacionais (21 para a Comissão Política e 75 para a Comissão Nacional) que os apoiantes de António José Seguro vão hoje apresentar, correspondente a 30% do total, ou seja a percentagem obtida pelo ex-líder nas diretas. Quanto aos independentes, pela primeira vez vão ter direito à palavra no congresso, é o caso do ex-reitor da Universidade de Lisboa Sampaio da Nóvoa, e do constitucionalista Reis Novais. A maior incógnita é saber se o líder do PS deixa entrar os principais rostos dos governos de Sócrates no núcleo duro, ou seja, no Secretariado.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt