"Assumo aquilo que disse": André Ventura afirma que "historial de Odair" faz-lhe dar razão à polícia
Líder do Chega disse que agente da PSP que matou Odair Moniz devia ser condecorado.
André Ventura afirmou, este sábado, que o "historial" de Odair Moniz, homem morto pela PSP na Cova da Moura, faz com que acredite que quem teve razão foi a polícia. O presidente do Chega falava aos jornalistas durante uma manifestação em defesa da polícia, tendo sido confrontado pelas declarações polémicas que fez sobre o tema nos últimos dias.
Recorde-se que Ministério Público abriu um processo para investigar André Ventura por incitamento ao ódio, relacionado com as declarações referentes à morte de Odair Moniz. O presidente do Chega disse sobre o agente da PSP que baleou Odair Moniz: "Nós não devíamos constituir este homem arguido; nós devíamos agradecer a este polícia o trabalho que fez. Nós devíamos condecorá-lo e não constitui-lo arguido, ameaçar com processos ou ameaçar prendê-lo".
"Se o País acabar por entender que quem deve ser preso sou eu, eu cá estarei. Eu assumo aquilo que disse. Não vou fugir à minha responsabilidade. Esta manifestação serve para mostrar que existe um outro lado em Portugal", comentou Ventura.
André Ventura justificou as suas declarações com os antecedentes criminais de Odair. "Foi um homem que cumpriu pena por assalto à mão armada e por tráfico de droga. Com este historial fico a acreditar que quem tem razão foi o polícia", vincou.
"Porque que só nós temos de aguardar pelo fim da investigação, mas a um quilómetro há pessoas a dizer que a polícia é racista?", questionou o líder de extrema-direita.
Odair Moniz, de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.
Segundo a PSP, o homem pôs-se "em fuga" de carro depois de ver uma viatura policial e "entrou em despiste" na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, "terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca". Esta versão dos factos tem sido contestada.
A Inspeção-Geral da Administração Interna e a PSP abriram inquéritos e o agente que baleou o homem foi constituído arguido.
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