Carlos Moedas diz que há focos de criminalidade a aumentar em Lisboa

Presidente da Câmara de Lisboa voltou a pedir mais competências para a Polícia Municipal.

22 de julho de 2025 às 23:58
Carlos Moedas Foto: Hugo Delgado
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O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, alertou esta terça-feira que há focos de violência "que estão a aumentar" na capital, apesar de a criminalidade geral ter descido, e voltou a pedir mais competências para a Polícia Municipal.

"Lisboa é uma cidade segura, mas não podemos olhar para os números só pela rama. Temos de desagregar os números. O crime de abuso sexual aumentou 17% e o de violação 12%", afirmou.

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O autarca falava na Cimeira da Grande Lisboa, promovida pela SIC Notícias, e onde estão a ser debatidos os temas da Habitação, Segurança e Transportes.

Afirmando que os números da criminalidade diminuíram no geral, Carlos Moedas (PSD), ressalvou que "há focos que estão a aumentar" e exemplificou dizendo que, no "Martim Moniz e em Arroios, os crimes de violação aumentaram em 68%".

Em contraste com estes dados, referiu que o número de agentes da polícia tem diminuído, pois "em 2010 havia oito mil polícias em Lisboa e hoje há 6.700".

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"A Polícia Municipal tinha 600 elementos em 2018 e hoje tem 400 e muitos vão reformar-se", acrescentou.

O presidente da Câmara de Lisboa insistiu na necessidade de o Governo dar mais poderes à Polícia Municipal porque os agentes são polícias formados pela PSP, pelo que têm competências.

Em Almada, só agora foi lançado o primeiro concurso para os primeiros 25 polícias municipais, num projeto que a presidente Inês de Medeiros (PS) acredita que vai "contribuir para esta sensação de uma policia de proximidade".

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Também em Almada, os números da criminalidade geral baixaram, mas "aumentaram e muito os da violência entre jovens e a violência doméstica entre jovens".

"E essa violência não se combate com polícia, mas com políticas de educação, melhoria do espaço público, melhores escolas, mais desporto, políticas públicas sólidas, fiáveis e constantes", defendeu.

Também em Sintra, a criminalidade violenta desceu, mas violência doméstica aumentou, segundo o presidente da Câmara, para quem "uma das razões da violência é a pobreza", referindo que aquele concelho tem algumas zonas nessa situação.

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Basílio Horta (PS) criticou ainda os vários governos por nunca terem feito "investimentos sérios em Sintra em 12 anos", naquele que é o 2.º maior concelho do país.

Afirmando que a segurança em Oeiras tem melhorado, o presidente da Câmara disse que gere o concelho com mais de 100 mil habitantes "mais seguro da Área Metropolitana de Lisboa", sendo a violência doméstica o crime que "tem crescido mais".

Segundo Isaltino Morais (IN-OV), as esquadras PSP em Oeiras foram todas construídas pela Câmara e os carros ao serviço da polícia também foram adquiridos pela autarquia porque "não admite que não tenham carro" para se deslocarem quando são chamados.

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Em Loures, a criminalidade violenta e grave aumentou, havendo muito roubo por esticão e a violência doméstica "aumentou e bem no concelho", segundo o presidente da Câmara.

Segundo Ricardo Leão (PS), as pessoas "queixam-se que era necessário mais policiamento de proximidade".

De acordo com o autarca, Loures tem 40 agentes da Polícia Municipal e vai ser aberto um concurso para mais 17. Para servir 150 mil pessoas, o efetivo da PSP no concelho tem em média três viaturas disponíveis, o que "é triste".

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"Era importante retomarmos os contratos locais de segurança. Foram-nos retirados (...) é muito importante haver relação direta entre agentes da PSP e pessoas do bairro", afirmou.

Em Cascais, o vice-presidente, Nuno Piteira Lopes (PSD), disse que está a ser preparado o sistema de videovigilância, prevendo-se que sejam instaladas 440 câmaras em todas a freguesias do concelho

Além disso, defendeu também que a Polícia Municipal "pode e deve ter mais competências" e criticou que os agentes da PSP estejam destacados para programas como a Escola Segura, o Programa ao Idoso ou a deslocação a acidentes de viação sem feridos, considerando que se os libertassem dessas tarefas seriam mais de 50 polícias que estariam na rua.

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