Carneiro recusa "pequenas picardias" com PSD e antecipa "boas surpresas" para PS
Líder socialista referiu que o eurodeputado do PSD, Sebastião Bugalho, "ainda tem muito que aprender".
O líder socialista recusou este domingo entrar em "pequenas picardias" com o eurodeputado do PSD Sebastião Bugalho, que "ainda tem muito que aprender", antecipando "boas surpresas" para as autárquicas que voltarão a fazer do PS "o grande partido" de Portugal.
À chegada de uma ação de campanha em Macedo de Cavaleiros, no distrito de Bragança, José Luís Carneiro foi questionado sobre as críticas feitas hoje pelo eurodeputado do PSD Sebastião Bugalho, num balanço "não necessariamente feliz" dos primeiros três meses da sua liderança do PS.
"Sebastião Bugalho ainda tem muito que aprender e vai ter tempo para aprender. Espero que aproveite bem o tempo no Parlamento Europeu para ganhar experiência política, para poder depois colocar as questões nos termos em que elas podem ser colocadas. Tenho imenso respeito pessoal pela sua pessoa, tenho até uma relação de amizade, mas ainda tem muito para aprender no plano político", começou por responder.
Perante a insistência dos jornalistas, o líder do PS deu como exemplo as centenas de pessoas que estavam em Macedo de Cavaleiros que "não querem saber absolutamente nada dessas picardias que nada dizem às pessoas".
"O que querem saber é se o Estado se compromete ou não com uma verdadeira política de investimento no interior, na criação de condições de vida para que aqui se fixem os mais jovens, para criar uma nova economia e para responder aos seus problemas e é por falta de resposta a esses problemas que muitos hoje olham para a democracia com algum desencanto", defendeu.
Para Carneiro, "uma coisa são pequenas picardias que visam criar uma animação de campanha", e que fazem parte destes períodos eleitorais, "outra coisa tem a ver com as questões estruturais que dizem respeito à vida das pessoas".
"Já agora, julgo que o salário do deputado europeu é capaz de preencher os requisitos para as rendas assistidas do governo, ou seja, estará acima dos 2.300 euros", atirou.
Questionado se não teme que a erosão do eleitorado das legislativas se verifique também nas autárquicas, o líder do PS respondeu: "vamos aguardar pelo dia 12 à noite e talvez nós tenhamos boas surpresas".
"O Partido Socialista é o maior partido do poder local democrático. (...) Nós não queremos o poder pelo poder, nós queremos o poder para transformar as condições de vida das nossas populações, das pessoas", disse.
Carneiro defendeu que o PS "é a grande casa comum da democracia, onde todos os democratas se reencontram no poder local para voltar a fazer do Partido Socialista o grande partido da democracia portuguesa".
Quando se assinalam 100 dias como secretário-geral do PS, as contas de Carneiro é que fez "mais de 25 mil quilómetros por todo o país, visitando, mais de 120 concelhos".
"E devo dizer-vos que estive há dias em Valpaços, por exemplo, onde nunca tinha ido um secretário-geral. Isto tem um significado para as populações e eu procurarei fazê-lo hoje como secretário-geral do PS e vou fazê-lo certamente quando for primeiro-ministro do nosso país", comprometeu-se.
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