Coligação Livre, BE e Volt quer combater "isaltinismo" em Oeiras

Rui Tavares salientou que, se um cidadão de Oeiras quiser votar em Isaltino Morais, deve fazê-lo, mas sem se deixar "ir ao engano".

14 de setembro de 2025 às 17:11
Câmara Municipal de Oeiras Foto: Bruno Colaço
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Dirigentes do Livre, BE e Volt, partidos que compõem a coligação autárquica "Evoluir Oeiras", acusaram este domingo o presidente da Câmara, Isaltino Morais, de "bullying" e falta de transparência, propondo-se a combater o que denominaram de "isaltinismo".

"Acho que uma das primeiras tarefas que esta coligação e este movimento têm a fazer no contacto com os munícipes é dizer a quem quer votar no 'isaltinismo' que tem todo o direito e legitimidade de votar no 'isaltinismo'", considerou o porta-voz do Livre Rui Tavares.

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O dirigente discursava na apresentação da candidatura autárquica "Evoluir Oeiras", uma coligação entre o Livre, Bloco de Esquerda (BE) e Volt Portugal, encabeçada pela vereadora independente Carla Castelo, que decorreu no Parque Urbano de Miraflores, naquele concelho.

Tavares salientou que, se um cidadão de Oeiras quiser votar em Isaltino Morais (atual presidente e candidato independente apoiado pelo PSD), deve fazê-lo, mas sem se deixar "ir ao engano".

"Não votem pelo 'isaltinimso light', ou não votem por quem promete oposição ao 'isaltinismo' e depois não faz oposição ao 'isaltinismo'. Não votem por uma oposição fictícia. Quem em Oeiras se quer opor ao 'isaltinismo' tem um voto que é na coligação Evoluir Oeiras", sustentou.

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O dirigente do Livre acusou o atual executivo camarário de "falta de transparência", "falta de integridade" e deixou uma questão.

"Às vezes as pessoas pelo país perguntam-se, mas será que Oeiras, consabidamente o conselho do país que tem maiores níveis de qualificação, deseja continuar assim? É mesmo disto que os oeirenses gostam? Eu estou absolutamente convencido que não é disto que os oeirenses gostam", afirmou.

Na ótica de Rui Tavares "essa prova dos noves" vai fazer-se "em eleições subsequentes", mesmo que não seja nas próximas, a 12 de outubro.

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"Esse momento pode chegar já nestas eleições ou pode chegar nas próximas eleições. Mas a tarefa dos próximos quatro anos de evoluir Oeiras, mesmo que sejam quatro anos passados na oposição, é passar os próximos anos a preparar a governação de Oeiras", argumentou.

Fabian Figueiredo, dirigente nacional do BE que esteve em representação da coordenadora Mariana Mortágua - que está numa flotilha humanitária que se dirige a Gaza -, definiu o 'isaltinismo' como "um movimento político que, infelizmente, tomou conta também do Partido Socialista e do PSD" e "ocupou praticamente a totalidade dos partidos nacionais, com honrosas exceções".

Deixando largos elogios à cabeça de lista, Carla Castelo, Fabian Figueiredo disse conhecer vários autarcas pelo país, mas poucos "que foram tão atacados, perseguidos e que, apesar desse 'bullying' permanente, nunca hesitaram e nunca a dobraram".

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"Carla Castelo, com a sua determinação, qualificou a democracia em Oeiras. Porque o poder pode ser de esquerda, pode ser de direita, mas nenhum poder é magnânimo e competente ao ponto de não merecer uma oposição", defendeu.

Considerando que em Oeiras se joga não apenas o futuro do concelho mas também da "democracia local portuguesa", Fabian Figueiredo criticou Isaltino Morais por usar dinheiros do orçamento municipal para financiar a sua estratégia de redes sociais.

"Isaltino Morais só conhece duas pautas: ou dançam todos de acordo com a sua música, ou então é para renegar, para afastar e para humilhar", atirou.

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Fabian Figueiredo argumentou ainda que "não interessa em quem se votou no passado", nas últimas autárquicas ou legislativas: "Quem quer oposição determinada, vigilância cidadã, fiscalização técnica, é na coligação Evoluir Oeiras e só na coligação Evoluir Oeiras que encontra essas características".

Inês Bravo Figueiredo, do Volt Portugal, também criticou a "opacidade" e "falta de transparência" do atual executivo camarário.

A copresidente deste partido salientou que os membros da coligação, que já foi a votos há quatro anos, continuaram a insistir nas suas propostas e "denúncias" mesmo quando lhes disseram "para aceitar que em Oeiras se rouba, mas pelo menos as coisas aparecem feitas".

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Nas últimas eleições autárquicas, em 2021, a coligação Evoluir Oeiras obteve 7,27 % dos votos, elegendo Carla Castelo.

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