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Livre quer ministra no parlamento para explicar fecho de urgência de Obstetrícia em Almada

Encerramento inesperado da urgência de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital Garcia de Orta foi resultado da falta de profissionais.

14 de setembro de 2025 às 14:47

O Livre vai chamar ao parlamento a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, para prestar esclarecimentos acerca do fecho inesperado, este fim de semana, da urgência de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital Garcia de Orta, em Almada.

"A ministra tem que vir dar explicações, necessariamente chamá-la-emos ao parlamento, mas sem enormes esperanças de que ela seja capaz de resolver qualquer coisa, porque já percebemos que ela é mais da retórica política do que das soluções no terreno", criticou o porta-voz do Livre Rui Tavares, em declarações à agência Lusa.

O deputado falava à margem da apresentação da candidatura da independente Carla Castelo à Câmara Municipal de Oeiras, onde Livre, BE e Volt se apresentam na coligação "Evoluir Oeiras".

Interrogado sobre o anúncio de encerramento daquela urgência, feito na noite de sábado pelo Ministério da Saúde, Rui Tavares afirmou que "só se pode reagir com muita exasperação em relação a esta ministra que, tal como Luís Montenegro, apareceu dizendo que isto era tudo fácil de resolver".

"Vemos que na saúde as coisas estão a ficar piores. Sem perspetiva de melhoras, nomeadamente na Margem Sul [do Tejo, na região de Lisboa], sem perspetiva de finalmente darmos início à construção do Hospital do Seixal, que é a solução a médio e a longo prazo", defendeu.

De acordo com o dirigente do Livre, têm chegado ao partido relatos de cidadãos do distrito de Setúbal que afirmam que a situação na área da saúde "está a ficar de facto muito grave".

Também presente no evento, o dirigente nacional do BE Fabian Figueiredo considerou "bastante elucidativo e representativo da política deste Governo o facto de a única urgência na margem sul ter fechado no dia em que o Governo assinalou 100 dias da sua governação".

"Foram 100 dias a degradar o Serviço Nacional de Saúde, 100 dias de encerramento das urgências", criticou.

O ex-líder parlamentar do BE também salientou que o executivo PSD/CDS-PP, "quando começou a governar, disse que ia resolver os problemas do Serviço Nacional de Saúde".

"O que nós assistimos na verdade foi uma degradação do Serviço Nacional de Saúde, da incerteza, particularmente em territórios como o da margem sul, mas também a nível nacional. O número de utentes sem médico de família tem aumentado, a resposta na área da saúde hoje está pior, e isso é uma marca do Governo", lamentou.

Na ótica do bloquista, o país "precisa de um Governo que tenha urgência e pressa a resolver o problema da saúde, da habitação e da escola pública, e a não entreter o país com problemas que não existem".

No sábado à noite, o Governo, em comunicado, anunciou que as urgências de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital Garcia de Orta, em Almada, estavam encerradas por falta de médicos, sendo este o único hospital da margem sul que estava a assegurar o serviço este fim de semana.

Com os três serviços de urgência de obstetrícia/ginecologia encerrados, "todas as utentes estão a ser dirigidas para os hospitais de Lisboa", anunciou o Ministério da Saúde, numa nota enviada à Lusa.

Segundo o ministério, o encerramento inesperado da urgência de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital Garcia de Orta foi resultado da falta de profissionais.

"Este fim de semana, sem que nada o fizesse prever, e à última hora, os médicos prestadores de serviços que asseguram regularmente que as populações da Península de Setúbal têm o serviço que lhes é devido, manifestaram a sua indisponibilidade", lê-se no comunicado.

A tutela garante que a Direção Executiva do SNS está a acompanhar a situação "para assegurar que as utentes grávidas que precisam de cuidados médicos sejam transferidas e atendidas em segurança".

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