Chefe de gabinete de António Costa tinha 78 mil euros em envelopes no gabinete em S. Bento
Costa garante que desconhecia o caso e que, quando soube, exonerou Escária
Vítor Escária, até ontem chefe de gabinete de António Costa, tinha 78 mil euros escondidos em envelopes no seu gabinete na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento. O dinheiro estava dividido em envelopes e em livros, em diferentes prateleiras, e em caixas de vinho. “Não sabia”, confessou esta quinta-feira à noite António Costa, acrescentando que, mal teve conhecimento do caso, exonerou Escária.
Tiago Rodrigues Bastos, advogado de Escária, justificou assim a origem do dinheiro: “A quantia apreendida no gabinete relaciona-se com a sua atividade empresarial anterior às funções de chefe de gabinete.” A descoberta do dinheiro foi feita por elementos PSP e procuradores do Ministério Público (MP), segundo o ‘Público’, durante as buscas efetuadas ao gabinete de Escária, terça-feira, no âmbito da Operação Influencer. Segundo o advogado de Escária, “nunca esteve em causa nos autos do MP que Vítor Escária tivesse recebido dinheiro de quem quer que fosse”. “Foi um facto acrescentado a martelo. Não é crime manter numerário de qualquer montante. É um facto lateral e não tem nada a ver com a investigação e o processo em curso”, considerou.
No interrogatório, Escária terá dito, segundo a CNN, que o dinheiro apreendido resultou de prestações de serviços em Angola.
Silveira arguido no processo
João Tiago Silveira, sócio da sociedade de advogados Morais Leitão e ex-secretário da Presidência do Conselho de Ministros, foi constituído arguido na investigação aos negócios do lítio e hidrogénio verde. O nome integra a lista de nove arguidos indicados no despacho de indiciação do Ministério Público neste processo.
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