Ferreira Leite diz que PSD perdeu "um pai" com morte de Pinto Balsemão e considera que partido ainda é o do fundador
A também antiga ministra das Finanças destacou o amor de Pinto Balsemão à liberdade, "muito especialmente na área da comunicação social".
A antiga líder do PSD Manuela Ferreira Leite afirmou esta quinta-feira que a morte de Pinto Balsemão representa para os sociais-democratas "a morte do pai", e defendeu que o partido "continua vivo e fiel aos princípios" do seu fundador.
À entrada para a missa que antecede o funeral de Francisco Pinto Balsemão, que morreu na terça-feira, aos 88 anos, a também antiga ministra das Finanças destacou o seu amor à liberdade, "muito especialmente na área da comunicação social".
"Na área mais política, considero-o como aquela pessoa que conseguiu trazer até hoje o partido que ele fundou (...) Representa o sentimento da morte de um pai, de alguém com quem nós viemos o início de um projeto ao qual aderimos. Eu devo dizer que quando me candidatei à liderança do partido, não me teria passado pela cabeça candidatar-me" sem o seu apoio", afirmou.
A líder do PSD entre 2008 e 2010 considerou que Balsemão foi "sempre muito acarinhado pelo partido" e destacou que "toda a gente queria ter o apoio, o empurrão do dr. Balsemão".
Questionado se o PSD de hoje ainda é o de Francisco Pinto Balsemão, respondeu afirmativamente.
"O PSD está à vista, é um partido vivo e que se mantém fiel aos seus princípios. Portanto, é o partido do dr. Balsemão", afirmou.
Pouco depois das 13:00, arrancou a missa na igreja do Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, a que assistem as mais altas figuras do Estado.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, Luís Montenegro, chegaram juntos, tal como tinha acontecido na véspera para o velório e sem falarem à comunicação social.
Também o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, marca presença na missa, tal como o antigo Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.
O secretário-geral do PS, José Luis Carneiro, os líderes parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, e do PSD, Hugo Soares, a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, a conselheira de Estado Leonor Beleza, o candidato presidencial Marques Mendes e muitos ministros do atual Governo PSD/CDS-PP são outras das presenças, a par do ex-presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, e dos autarcas de Lisboa e Oeiras, Carlos Moedas e Isaltino Morais.
As socialistas Ana Gomes e Edite Estrela, o antigo líder do CDS-PP Manuel Monteiro, o antigo ministro Mira Amaral, o ex-presidente da CIP António Saraiva assistem também à missa nos Jerónimos, a par de muitas figuras do jornalismo e muitos anónimos.
Já depois de a missa -- presidida pelo cardeal patriarca emérito Manuel Clemente - arrancar, entrou o líder do CDS-PP e ministro da Defesa, Nuno Melo.
O Governo decretou luto nacional para quarta-feira e hoje, dias em que decorrem as cerimónias fúnebres.
Depois da missa, o cortejo sairá com batedores da GNR até ao grupo Impresa, sendo o funeral reservado à família.
Balsemão foi fundador, em 1973, do semanário Expresso, ainda durante a ditadura, da SIC, primeira televisão privada em Portugal, em 1992, e do grupo de comunicação social Impresa.
Em 1974, após o 25 de Abril, fundou, com Francisco Sá Carneiro e Magalhães Mota, o Partido Popular Democrático (PPD), mais tarde Partido Social Democrata PSD. Chefiou dois governos depois da morte de Sá Carneiro, entre 1981 e 1983, e foi até à sua morte membro do Conselho de Estado, órgão de consulta do Presidente da República.
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