Interrogatório a suspeito de corrupção na Madeira não recomeçou por motivos processuais. Defesa pede consequências para atrasos

Custódio Correia já foi interrogado durante cerca de sete horas.

02 de fevereiro de 2024 às 15:08
Custódio Correia, Pedro Calado, Miguel Albuquerque; José Avelino Aguiar Farinha Foto: Hélder Santos/ASPress
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O interrogatório ao empresário Custódio Correia, um dos três detidos suspeitos de corrupção na Madeira, afinal não recomeçou esta sexta-feira de manhã, em Lisboa, por motivos processuais, disse o advogado, salientando que tem de haver consequências por estes atrasos.

À saída do Tribunal Central de Instrução Criminal, na hora de almoço, André Navarro de Noronha disse que o atraso de deve a "questões processuais" e considerou que a entidade mais competente para "dar explicações" será a polícia judicial.

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"Tem a ver com isso. Perguntem à PJ para vos esclarecer, eu não consigo. Eu não tenho nada sobre o inquérito, eu não organizo processos, portanto qualquer dúvida que exista, qualquer percalço que exista, não é com a defesa que devem falar" disse aos jornalistas.

"Hoje é o 10.º dia, amanhã [sábado], se nos encontrarmos, será o 11.º. Isto tem de ter consequências", acrescentou.

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Segundo os advogados dos três detidos, na quinta-feira à tarde chegaram mais provas recolhidas pela investigação, relacionadas com a construção do novo hospital do Funchal, o que atrasou, mais uma vez, os interrogatórios.

No entanto era expectável que o interrogatório de Custódio Correia, que já foi interrogado durante cerca de sete horas, fosse retomado esta sexta-feira e pudesse ser concluído.

Entretanto, segundo uma funcionária judicial, os trabalhos recomeçaram pelas 14:10, devendo a sessão terminar às 17:00.

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Custódio Correia, principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, é o primeiro a ser ouvido.

Depois de Custódio Correia, ainda falta ouvir o empresário Avelino Farinha e o ex-presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD).

Em 24 de janeiro, a Polícia Judiciária realizou cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias zonas do continente, no âmbito de um processo que investiga suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.

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O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, foi constituído arguido e anunciou a renúncia ao cargo dois dias depois.

Na sequência das buscas, a Polícia Judiciária deteve o então presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), que também renunciou ao cargo, o líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e o principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, Custódio Correia.

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