José Luís Carneiro acusa Governo de "oportunismo político" no agendamento da lei dos estrangeiros
Socialista diz que partido tem nas suas prioridades os direitos laborais, a valorização das políticas de habitação, de saúde, dos salários e dos rendimentos das pessoas.
O líder socialista acusou esta quarta-feira o Governo de "oportunismo político" no agendamento da nova lei dos estrangeiros para o período das autárquicas, considerando que aquilo que "faz fortes os partidos" são prioridades certas como diz serem as do PS.
A bordo de um comboio entre Sintra e Lisboa, uma viagem que fez de madrugada no segundo dia oficial de campanha para as eleições autárquicas, José Luís Carneiro foi questionado pelos jornalistas sobre o facto de a nova lei dos estrangeiros ter sido aprovada em acordo do PSD com Chega e deixando de fora o PS.
"Do meu ponto de vista, houve um oportunismo político na forma como o governo agendou esse tema para a altura das eleições autárquicas, ou seja, quis precisamente que acontecesse aquilo que o senhor está a fazer", respondeu.
Questionado sobre se a forma como este 'dossier' culminou não resulta numa fraqueza para o PS em período eleitoral, o líder socialista respondeu que "o que faz forte os partidos é terem as prioridades certas" e que "o PS está com as prioridades certas".
"Muitas das vezes criam-se, digamos, estratagemas para instrumentalizar as pessoas para aquilo que não é a questão central", criticou.
Segundo Carneiro, o PS tem nas suas prioridades os direitos laborais, a valorização das políticas de habitação, de saúde, dos salários e dos rendimentos das pessoas.
O secretário-geral do PS insistiu que "todos os inquéritos de opinião" apontam como as principais preocupações das pessoas a habitação, a saúde, os rendimentos, os transportes e a mobilidade e a qualidade de espaço e o sentimento de segurança.
A Assembleia da República aprovou na terça-feira a nova versão da lei de estrangeiros com os votos favoráveis do PSD, CDS-PP, Chega, IL e JPP, e votos contra do PS, Livre, PCP, BE e PAN.
A nova versão do decreto que aprova o regime jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros do território nacional, que tinha sido chumbado pelo Tribunal Constitucional em agosto passado, foi aprovada em votação final global depois de votadas, na especialidade, todas as alterações propostas pelos partidos.
Na votação na especialidade, foram aprovadas todas as alterações propostas pela coligação que apoia o Governo (PSD e CDS-PP), à exceção das que foram retiradas, bem como uma proposta do PS e três do Chega.
O PSD e CDS-PP optaram por retirar uma das propostas sobre as condições de renovação da autorização de residência no âmbito do reagrupamento familiar para aprovar a do Chega no mesmo âmbito.
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