Marcelo afirma que há pontos em comum e “muito por realizar” após visita ao Brasil
Presidente reuniu e almoçou com o homólogo brasileiro, Jair Bolsonaro, em Brasília.
O Presidente da República terminou esta segunda-feira a visita de quatro dias ao Brasil com um encontro e almoço de trabalho com o seu homólogo, Jair Bolsonaro, em que percebeu que há “muito por realizar” nas relações entre os dois países mas também que há “imensos pontos em comum”.
“Pouco a pouco vão sendo resolvidos os vários obstáculos. Se falámos de divergências? Confesso que não, porque era tanto o conjunto de dossiês em que era preciso chegar a convergências e já estávamos a chegar lá. Há dossiês económicos em que, naturalmente, há divergências, ou no domínio da agricultura e do comércio, mas isso está sempre presente no nosso espírito. Vamos ver como conseguimos resolver o problema do intercâmbio comercial”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa esta segunda-feira em Brasília.
Mas as diferenças começaram logo na cerimónia de cumprimentos iniciais, na qual foi notório o contraste entre a comitiva portuguesa, toda de máscara, e a brasileira, inclusive Bolsonaro, toda sem máscara. Questionado pelos jornalistas se se sentiu inseguro, o Chefe de Estado português não quis “formular juízos sobre os anfitriões que o receberam na sua casa”.
Marcelo não quis ainda comentar o facto de Bolsonaro ter faltado à reinauguração do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Ainda assim, considerou a reabertura do espaço “um momento histórico para todos os falantes de português”.
O Presidente da República terminou esta viagem ao país irmão com “um vislumbro de esperança” quanto a um acordo de viagens entre Portugal e Brasil em tempo de pandemia. “Portugal tem espaço no quadro europeu para trabalhar nisso bilateralmente com o Brasil como tem trabalhado bilateralmente com outros estados não integrados na União Europeia. Vamos ver como é possível equacionar a solução”, explicou Marcelo.
O encontro entre os dois Chefes de Estado atraiu a atenção da imprensa dos dois países, mas os jornalistas não foram autorizados a entrar no Palácio da Alvorada – ficaram a alguns quilómetros de distância, num espaço conhecido como “o cercadinho da imprensa”.
No próximo ano, o Brasil assinala os 200 anos da independência do país e Portugal foi convidado a juntar-se às comemorações. Também em 2022, e neste contexto, Portugal será o país homenageado na Bienal do Livro de São Paulo.
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