Marcelo diz que novo diploma sobre os professores "deixa uma porta entreaberta, mas preenche o mínimo"
Presidente da República lamenta que as sugestões que deu ao Governo tenham ficado "esquecidas".
O Presidente da República considera que o novo diploma do Governo sobre os professores "deixa uma porta entreaberta, mas preenche o mínimo", sendo que a alteração que foi feita "deve ser suficiente para promulgar".
Numa visita a Vila Viçosa, este domingo, Marcelo Rebelo de Sousa falou aos jornalistas e explicou os motivos que o levaram a vetar o primeiro diploma referente à progressão da carreira dos docentes do Executivo liderado por António Costa.
"Este diploma não cumpria a expectativa de calendarizar o que poderia ser feito daqui a mais ou menos anos. Pelo menos que fosse mais abrangente. Eu fiz sugestões para alargar o leque. As soluções tinham sido aceites a princípio, mas como agora vetei o diploma as soluções ficaram esquecidas", começou por lamentar.
"Estabelecer uma parede fecha portas. O diploma aparecia como fechando a porta. Em qualquer sítio, nem que seja no preâmbulo, tinha de deixar uma porta entreaberta", frisou o PR.
Para Marcelo, "em Portugal quem vai para professor são os menos qualificados", contrariamente ao que, na sua perspetiva, sucede noutros países. Em contacto com vários docentes nos últimas semanas, afirma ter sentido uma coisa que o preocupou.
"Senti que os professores estavam desmotivados. Se não se dá esperança, no futuro os jovens vão fazer outra coisa. Não vão para professores", notou.
O PR diz ter conversado "várias vezes com o Primeiro-ministro sobre o assunto. "Expliquei porque iria vetar e ele também me disse porque é que achava que eu não devia vetar. O que não faltou foi diálogo", vincou.
Marcelo diz saber que a sua postura não será consensual. "Também vou ser criticado porque só deixei a porta entreaberta. Mas se eu vetasse outra vez, afirmmava-se a autoridade do PR sobre o Governo para depois ser chumbado pelo Tribunal Constitucional", explicou.
O assunto vai voltar a ser debatido no próximo Conselho de Estado, mas a discussão não começa do zero. "Quanto a este tema, não voltam a intervir todos no próximo Conselho de Estado. Agora vou eu fazer a análise da situação. Para uns é uma maravilha o que se passa. Para outros é uma desgraça", contou o PR.
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