Marcelo Rebelo de Sousa falha cimeira da CPLP por discordar da futura liderança
Chefe de Estado não marcou presença em Bissau devido à possível atribuição da Presidência rotativa à Guiné Equatorial.
Pela primeira vez em 29 anos, um Chefe de Estado português não comparece na Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, decidiu não marcar presença na Cimeira que tinha como um dos objetivos atribuiur a liderança rotativa da CPLP à Guiné Equatorial para o biénio de 2027-2029. Uma decisão que ficou adiada com os Estados-membros divididos em dois blocos. Os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa apoiaram a Guiné-Equatorial, mas Portugal, Brasil e Angola apoiam uma outra candidatura que é liderada pelo país de Lula da Silva.
A Guiné Equatorial tem sido acusada de violação sistemática de direitos humanos, pobreza e corrupção e permanece há vários anos em listas negras de organizações internacionais. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, foi o único representante português na Cimeira da CPLP que decorre desde ontem em Bissau. Ainda esta semana o Presidente da República já tinha indicado que “Se entender que aquilo que vai ser abordado, pelos termos em que vai ser abordado, é um passo em frente para a CPLP, estarei. Se entender que não, que não é positiva a minha presença, não irei”.
Marcelo Rebelo de Sousa não foi o único Chefe de Estado a não marcar presença em Bissau, pois também o Presidente do Brasil, Lula da Silva e o Presidente de Angola, João Lourenço não viajaram até à Cimeira.
A Guiné-Bissau é o país anfitrião e assumiu desde ontem a presidência da rotativa da organização até 2027, através do seu Presidente Umaro Sissoco Embaló, substituindo assim a liderança dos últimos dois anos que esteve a cargo de São Tomé e Príncipe.
SAIBA MAIS
Prioridade do Governo
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, assegurou que a mobilidade de pessoas entre os países da CPLP é uma prioridade do Governo e rejeita como “falsa e parcial” a ideia de que estejam a ser impostas restrições.
Fome em Gaza
O Livre e o PCP questionaram o Ministério dos Negócios Estrangeiros sobre a oposição de Portugal a uma referência à insegurança alimentar na Faixa de Gaza na declaração final da cimeira, considerando a posição “injustificável”.
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