Marcelo Rebelo de Sousa aposta que Durão Barroso vai voltar a cargo de topo daqui a dez anos

Presidente da República descreveu-o como alguém que "é brilhantíssimo", mas "muito contido, muito espartano".

18 de dezembro de 2025 às 15:22
Durão Barroso Foto: António Cotrim/Lusa
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, formulou esta quinta-feira a aposta de que José Manuel Durão Barroso vai voltar a um cargo de topo daqui a dez anos, numa alusão a uma eventual candidatura presidencial.

"Eu aposto que não há duas sem três, mas isto obriga-me a viver até aos 87 anos. Portanto, terei de viver mais dez anos para tirar a limpo isso. Não é daquelas apostas fáceis, mas cá estaremos", declarou o chefe de Estado, perante o antigo presidente da Comissão Europeia e antigo primeiro-ministro, que tem 69 anos.

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Marcelo Rebelo de Sousa retomou assim uma ideia que já tinha lançado na terça-feira, na Fundação Calouste Gulbenkian, desta vez na Cidadela de Cascais, durante o encontro anual do Conselho da Diáspora Portuguesa, associação que tem Durão Barroso como presidente da Mesa da Assembleia Geral.

Com o antigo presidente da Comissão Europeia na assistência, Marcelo Rebelo de Sousa descreveu-o como alguém que "é brilhantíssimo", mas "muito contido, muito espartano", e anunciou que iria "repetir o que disse aqui há dois dias".

O Presidente da República referiu uma vez mais que, "para bem do país", Durão Barroso "encontrou-se várias vezes com a História, e duas ao mais altíssimo nível, como primeiro-ministro português e como presidente da Comissão Europeia".

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"E um dos meus desportos favoritos será, uma vez reformado, saber se com ele há duas sem três, ou não, ou não há duas sem três, que é o que os portugueses dizem. Eu aposto que não há duas sem três", acrescentou, suscitando palmas.

O Conselho da Diáspora Portuguesa é associação privada sem fins lucrativos constituída em 2012, com o alto patrocínio do anterior Presidente da República, Cavaco Silva, destinada a institucionalizar uma rede de contactos entre portugueses e lusodescendentes residentes no estrangeiro com posições de destaque.

Esta associação, atualmente dirigida por António Calçada de Sá, tem como presidente honorário o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, como vice-presidente honorário o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, e como presidente fundador Filipe de Botton.

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Na terça-feira, Marcelo Rebelo de Sousa reapareceu em público, 15 dias depois de ter sido operado a uma hérnia abdominal, no Hospital de São João, no Porto, para o lançamento do livro "O Divórcio das Nações", do diplomata João Vale de Almeida, na Fundação Calouste Gulbenkian, ocasião que aproveitou para elogiar o antigo primeiro-ministro Durão Barroso, presente na sessão.

Nessa ocasião, o chefe de Estado questionou se o antigo presidente da Comissão Europeia, que liderou o PSD e chefiou um Governo de coligação com o CDS-PP, ainda terá novo "encontro com a História" no futuro, eventualmente dentro de "dez anos" - quando Durão Barroso terá 79 anos.

"É uma pessoa que pode, pelo seu nível, se quiser, daqui a dez anos, ser candidato [presidencial], como pode ser candidato a funções internacionais ainda outra vez, porque tem realmente um nível que demonstrou a um nível interno e internacional", esclareceu, no fim, aos jornalistas.

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Marcelo Rebelo de Sousa, que na terça-feira disse estar numa "fase de 'fasing out'" e "no caminho para o deserto eterno", voltou esta quinta-feira a falar deste período de fim de mandato, até 09 de março do próximo ano, contabilizando os discursos que lhe restam: "A seguir a este, só há mais quatro".

A seguir, o Presidente da República participou no programa "Natal dos Hospitais", transmitido em direto na RTP, a partir do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, no concelho de Cascais, onde qualificou a saúde como "o problema número um dos portugueses" e elogiou os profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Sobre o seu futuro após cessar funções, dividiu-o em "três atividades": ensino de alunos do básico e secundário, voluntariado de cuidados paliativos e promoção da leitura.

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