João Soares reage a críticas com "salutares bofetadas"

Ministro responde no Facebook a críticas de Augusto M. Seabra.

07 de abril de 2016 às 10:53
07-04-2016_11_04_26 joao.jpg Foto: Lusa
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O ministro da Cultura, João Soares, reagiu esta quinta-feira na rede social Facebook prometendo "salutares bofetadas" ao programador Augusto M. Seabra pelas críticas de falta de linha de ação política, e "estilo de compadrio, prepotência e grosseria". Após a polémica que as declarações provocaram, o ministro reagiu ao Expresso: "Peço desculpa se os assustei", ironizou.

O crítico e programador cultural Augusto M. Seabra publicou na quarta-feira um artigo de opinião na edição 'online' do jornal "Público" considerando uma surpresa "inexplicável" a nomeação de João Soares para a tutela cultural do Governo.

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No artigo de opinião "Tempo velho na cultura", M. Seabra considera que "o setor vive uma situação de emergência" pela sistemática desorçamentação, e critica a falta de um aumento de dotação, "como mesmo acrescido desinvestimento na Direção-Geral do Património e no Fundo de Fomento Cultural".

"Que um governante se rodeie de pessoas de confiança é óbvio. Mas no caso do gabinete de Soares trata-se de uma confraria de socialistas e maçons", escreve o programador cultural, criticando várias decisões de João Soares, nomeadamente a nomeação de "um velho apparatchik, Elísio Summavielle, para o CCB, em lugar de António Lamas".

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Por seu turno, João Soares reagiu hoje na página pessoal na rede social Facebook, lembrando que, em 1999, lhe prometeu [a Augusto M. Seabra] "publicamente um par de bofetadas. Foi uma promessa que ainda não pude cumprir".

"Não me cruzei com a personagem, Augusto M. Seabra, ao longo de todos estes anos. Mas continuo a esperar ter essa sorte. Lá chegará o dia. Ele tinha, então, bolçado sobre mim umas aleivosias e calúnias", escreveu o ministro.

João Soares remata, na publicação: "Estou a ver que tenho de o procurar, a ele e já agora ao Vasco Pulido Valente, para as salutares bofetadas. Só lhes podem fazer bem. A mim também".

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Abordando igualmente o caso da substituição de Lamas no Centro Cultural de Belém, Pulido Valente considerava que o ministro "podia ter chamado discretamente o presidente do CCB para o demitir, alegando, como está no seu direito, falta de confiança política ou pessoal".

"Mas João Soares preferiu fazer do incidente um espetáculo público. Ameaçou o dr. Lamas, exibiu os seus poderes (que lhe vêm exclusivamente do cargo) e no fim ainda se foi gabar para a televisão. Não se percebe o motivo de toda esta palhaçada, excepto se pensarmos que ele é no governo um verbo-de-encher e que o PS o atura por simples caridade", escreveu Vasco Pulido Valente no artigo, ao qual João Soares reagiu também no Facebook.

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