Novo processo contra patrão de Sócrates
Ministério Público pede documentos de reportagem da TVI.
O Departamento de Investigação e Ação Penal abriu mais um inquérito visando a Octapharma – a farmacêutica para o qual José Sócrates trabalhava quando foi preso, a 21 de novembro do ano passado.
O inquérito, já a correr na 9ª secção, poderá vir a envolver o ex-primeiro- -ministro, bem como outros governantes do PS que validaram negócios milionários com o grupo de Lalanda de Castro – também arguido no processo Marquês e indiciado por corrupção e branqueamento de capitais.
O DIAP também pediu à estação de televisão TVI, com caráter de urgência, que lhe fossem enviados os documentos que tinham sido mostrados numa reportagem feita este verão – e assinada por Alexandra Borges – na qual se dava conta de como estavam a ser desperdiçados milhões em plasma e as suspeitas de que a Octapharma estava a ser beneficiada, já que vende ao Estado português o que é deitado fora através da doação de sangue.
Este novo inquérito visa então um contrato assinado pelo Estado português e a Octapharma que deu a esta empresa uma posição tentacular na venda do plasma. Aliás, a farmacêutica foi uma das mais importantes empresas durante o governo de Sócrates, já que faturou, por ajuste direto, entre 2005 e 2011, cerca de seis milhões de euros.
Quando José Sócrates foi primeiro- -ministro, o Hospital Curry Cabral e os Centros Hospitalares de Setúbal e Coimbra foram os principais clientes públicos da Octapharma, com aquisições de plasma do sangue e derivados que correspondem a mais de 50% do total que era usado.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt