Número de listas à Câmara de Santa Cruz das Flores chega este ano a cinco
Nas autárquicas de 2021, o PS venceu com mais de 60% dos votos.
A presidência da Câmara de Santa Cruz das Flores, município onde moram cerca de 2.000 pessoas, é ambicionada por cinco candidatos nas eleições autárquicas de outubro, um número pouco comum no concelho e nas mais pequenas ilhas açorianas.
A ilha das Flores tem dois dos municípios açorianos com menor número de habitantes: Lajes das Flores (1.456 residentes e quatro cabeças de lista) e Santa Cruz das Flores (2.114, o terceiro menor número de habitantes da região), segundo dados de 2024 disponibilizados no portal Pordata.
O concelho mais pequeno do arquipélago é o vizinho Corvo (a outra ilha do grupo Ocidental dos Açores), que contabilizava no ano passado 437 habitantes e onde há três listas ao município.
Nas eleições autárquicas de 12 de outubro, apresentam-se cinco candidaturas à liderança da autarquia de Santa Cruz das Flores, que tem precisamente cinco lugares no executivo e é presidida pelo socialista José Carlos Mendes, impossibilitado de se recandidatar por ter atingido o limite de mandatos. Feitas as contas, há um cabeça de lista por cada 422 habitantes do município.
Em 2021, tinham concorrido duas listas: PS (três eleitos) e PSD/PPM/CDS-PP (dois eleitos).
O PS candidata agora o empresário Ivan Castro, o PSD aposta em Daniel Miranda (agente da PSP que se encontra com licença sem vencimento) e o Chega apresenta ao eleitorado o deputado regional José Paulo Sousa, enquanto Fábio Alves (coordenador do Serviço de Ilha das Flores da Secretaria Regional da Juventude, Habitação e Emprego) concorre pelo CDS-PP e a ex-vice-presidente da autarquia Elisabete Noia encabeça a candidatura do Movimento Cívico Pelo Concelho.
Os cinco candidatos têm preocupações comuns para o município, relacionadas com habitação, a fixação de pessoas e as empresas, como ficou demonstrado em declarações prestadas à agência Lusa.
José Paulo Sousa (Chega), 27 anos, está preocupado com a falta de habitação, o envelhecimento da população e dificuldades no acesso à saúde, na atração e fixação de jovens.
Se for eleito líder da autarquia, o primeiro problema que procurará resolver será o da habitação, atuando de várias formas, sendo que "todos os terrenos com potencial de construção que pertençam à Câmara Municipal serão loteados e infraestruturados", e a construção de habitação pública será feita "em bloco de apartamentos".
O candidato do PSD, Daniel Miranda, 49 anos, propõe "uma nova visão assente no desenvolvimento, no dinamismo e na responsabilidade, um rumo que devolva confiança às pessoas e prepare o futuro com ambição e proximidade".
Se ganhar as eleições, procurará fixar pessoas e criar condições para que mais famílias ali escolham viver, propondo a criação de um programa de apoio ao arrendamento e o reforço da oferta habitacional através da aquisição e reabilitação de imóveis devolutos.
Pelo PS, Ivan Castro, de 36 anos, referiu que a primeira "bandeira" da candidatura é a inclusão social, seguindo-se a fixação dos jovens e a habitação.
O candidato propõe-se a criar um conjunto de medidas como o loteamento de terrenos municipais, apoios para encargos com projeto e escritura do crédito à habitação, e apoio ao arrendamento.
Habitação, perda de população e dinamização económica são inquietudes da ex-vice-presidente do município Elisabete Noia, 45 anos, candidata pelo Movimento Cívico Pelo Concelho.
Na habitação, propõe a identificação e a recuperação de imóveis devolutos, o loteamento de terrenos municipais e a construção de habitações. Para fixar população pretende apoiar as famílias, enquanto para a dinamização económica sugere a criação de zonas empresariais e um Gabinete de Apoio ao Empreendedor.
Por seu turno, Fábio Alves (CDS-PP), 36 anos, coordenador do Serviço de Ilha das Flores da Secretaria Regional da Juventude, Habitação e Emprego, referiu que a sua candidatura assenta em três pilares fundamentais: habitação, desenvolvimento económico e apoio ao emprego e repovoamento das freguesias.
Apontou "um problema grave no acesso à habitação" e, pelas funções que desempenha, tem "conhecimento direto e legitimidade para afirmar que há muito por fazer".
O atual executivo de Santa Cruz das Flores é composto por três eleitos do PS e dois da coligação Unidos com Confiança (PSD/CDS-PP/PPM).
Nas autárquicas de 2021, o PS venceu com 61,82% dos votos e a coligação obteve 35,01%.
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