PAN afasta-se de entendimento do PSD com o Chega em Sintra e reafirma valores éticos e democráticos

Partido considera entendimento da exclusiva responsabilidade do executivo autárquico liderado pelo PSD.

07 de novembro de 2025 às 15:14
Câmara de Sintra Foto: Bruno Colaço 
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O PAN anunciou esta sexta-feira não se rever em qualquer entendimento que envolva o Chega em Sintra, considerando-o da exclusiva responsabilidade do executivo autárquico liderado pelo PSD e reafirmou o compromisso com a transparência, a ética e os valores democráticos.

"Qualquer entendimento que envolva o Chega é da exclusiva responsabilidade do PSD e não vincula o PAN, não se revendo o PAN em tal solução", afirma o partido liderado por Inês Sousa Real, numa posição escrita enviada à agência Lusa.

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O partido, que integrou a coligação PSD/IL/PAN, vencedora nas eleições autárquicas de 12 de outubro, explicou que o acordo celebrado com o PSD foi estabelecido para "melhorar as condições de vida das pessoas, proteger o ambiente e promover o bem-estar animal".

"O PAN, através do seu deputado municipal, eleito na assembleia de freguesia e concelhia política continuará a trabalhar de forma responsável e construtiva para garantir uma governação estável e ética, em prol dos sintrenses, fiel aos valores que nos definem: justiça, empatia e integridade", conclui o partido.

Também esta sexta-feira, a presidente da Iniciativa Liberal, Mariana Leitão, anunciou ter retirado a confiança política a Eunice Baeta, que aceitou ser vereadora em Sintra num executivo liderado pelo PSD e em que o Chega terá pelouros.

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Mariana Leitão pediu ainda que Eunice Baeta renunciasse ao cargo de vogal da Comissão Executiva do partido, "por não estarem reunidas as condições de confiança política para o continuar a exercer, o que foi aceite", divulgou a IL em comunicado.

Nesse comunicado, assinado pela líder da IL, Mariana Leitão revela que Eunice Baeta, vereadora eleita pela coligação PSD/IL/PAN em Sintra, informou na quinta-feira que tomou a decisão de integrar um executivo com vereadores do Chega, "violando a decisão tomada pela Comissão Executiva da IL".

Por sua vez, o presidente da Câmara de Sintra, Marco Almeida, justificou e o acordo com o Chega pela necessidade de estabilidade no executivo, considerando que em democracia "não há votos de primeira" e de segunda, e assegurou que falou com todos os partidos.

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"Há aqui uma questão que vale a pena valorizar. Em democracia não há votos de primeira e votos de segunda. Os votos são atribuídos pelos sintrenses e os sintrenses ditaram que quer a coligação que liderei, quer o Partido Socialista e quer o Chega tivessem representantes no executivo municipal", afirmou o autarca social-democrata.

O autarca eleito pela coligação PSD/IL/PAN falava após a primeira reunião do executivo municipal, justificando o acordo firmado com o Chega para que dois eleitos assumam competências na autarquia, depois de falharem as conversas com os vereadores do PS, que tem quatro eleitos, tal como a coligação liderada por Marco Almeida.

"Eu fiz a minha parte, que foi falar com todos e desafiá-los. Houve uns que aceitaram e outros que não aceitaram. É este o dado concreto", acrescentou.

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A candidatura "Sempre com os Sintrenses", liderada por Marco Almeida, obteve nas eleições de 12 de outubro 33,86% dos votos e quatro mandatos, à frente da antiga ministra Ana Mendes Godinho (PS/Livre), com 31,67% e também quatro eleitos, seguindo-se Rita Matias (Chega), com 23,38% e três mandatos.

O antigo presidente da autarquia Fernando Seara venceu as eleições para a assembleia municipal, pela coligação PSD/IL/PAN, à frente do socialista João Soares (PS/Livre). Após a tomada de posse, no sábado, Seara apresentou para aprovação uma lista que incluiu um eleito do Chega num lugar da mesa da assembleia.

O executivo reuniu-se esta sexta-feira pela primeira vez, nos Paços do Concelho, e na ordem de trabalhos constavam a delegação de competências da câmara no presidente, a fixação de cinco vereadores em regime de permanência e a exoneração dos representantes do município nas empresas locais e entidades intermunicipais, bem como a designação dos novos representantes.

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Na proposta de designação de novos representantes, a que a Lusa teve acesso, Marco Almeida propôs Rui Caetano para presidente da administração dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) e Paulo Gomes e Rui Covas Simões como vogais, e os vereadores Francisco Duarte (PSD) e Anabela Macedo (Chega) para a Associação de Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra para o Tratamento de Resíduos Sólidos (AMTRES).

A vereadora Andreia Bernardo (PSD) é designada para a Empresa Municipal de Estacionamento de Sintra (EMES) e para a Fundação Cultursintra, juntamente com Marco Almeida e um representante do PS, enquanto Ricardo Aragão Pinto (Chega) é designado para a A2S -- Associação para o Desenvolvimento Sustentável da Região Saloia, e Eunice Baeta (IL) para a Nanomat -- Associação para Investigação e Desenvolvimento em Materiais Avançados e Aplicações.

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