PCP contra "bodes expiatórios" e responsabiliza primeiro-ministro pela política de saúde

Alfredo Maia considera que "são evidentes as contradições, até na forma como a ministra prestou esclarecimentos no parlamento".

03 de novembro de 2025 às 23:28
Ana Paula Martins Foto: Hugo Delgado/Lusa
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O PCP considerou esta segunda-feira grave a circunstância em que ocorreu a recente morte de uma grávida e do seu bebé no Hospital Amadora-Sintra, criticou o recurso a "bodes expiatórios" e responsabilizou o primeiro-ministro pela política de saúde.

Estas posições foram transmitidas pelo deputado comunista Alfredo Maia, em conferência de imprensa, no parlamento, depois de questionado sobre o caso que conduziu à demissão do presidente da Unidade Local de Saúde Amadora-Sintra.

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Carlos Sá, presidente da Unidade Local de Saúde Amadora-Sintra, no seu pedido de demissão, invocou ter prestado informação inexata à ministra da Saúde, Ana Paula Martins, sobre este caso da grávida, que morreu na sexta-feira.

Confrontado com este caso, o deputado comunista afirmou que "o PCP não procura bodes expiatórios" e que aquilo que aconteceu "é de uma enorme gravidade".

Por outro lado, "são evidentes as contradições, até na forma como a ministra prestou esclarecimentos no parlamento, na semana passada", reagiu Alfredo Maia.

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Neste caso, assim como pela situação em geral do setor da saúde, o PCP "responsabiliza o Governo, desde logo o primeiro-ministro", Luís Montenegro, defendendo, em contraponto, "uma alteração séria de política".

"Há que remeter o que aconteceu e o que está a acontecer para os problemas de fundo que atravessam o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e que este Governo não só não resolve, como tende a agravá-los. Estamos a falar, desde logo, da falta de profissionais em número e com frequência que garantam o pleno funcionamento dos serviços", indicou o deputado comunista.

Alfredo Maia contrapôs que é preciso "investir rapidamente e em força" no SNS, mas "não é isso que está a acontecer com este Governo".

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Interrogado sobre a atribuição de responsabilidades pela recente morte da grávida no Hospital Amadora-Sintra, o deputado do PCP respondeu: "Na sequência do apuramento que vier a ser feito dos factos, as responsabilidades devem ser devidamente atribuídas, sendo extraídas as consequências".

"Mas não podemos esquecer que o facto essencial é o desinvestimento no SNS que este Governo e anteriores têm vindo a fazer. Desinvestimento esse que é acompanhado de uma progressiva drenagem de recursos públicos para os negócios privados da doença", defendeu.

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