Pedro Nuno Santos comenta operação na Madeira: “Não vamos aproveitar nenhum caso judicial para fazer política”
Secretário-geral do PS diz que não quer "misturar justiça com política".
Secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, comentou a operação da PJ na Madeira, que levou à detenção de três pessoas, entre elas Pedro Calado, autarca do Funchal, e que também visa Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira, que foi constituído arguido.
"Não vamos aproveitar nenhum caso judicial para fazer política", disse Pedro Nuno, sublinhando que não quer "misturar justiça com política".
Refere olhar para a situação com "preocupação porque os portugueses têm que confiar nas pessoas que elegem" e revela que o Partido Socialista leva "muito a sério", a presunção da inocência.
"Vamos ser coerentes e desejamos que todos os partidos o sejam também, pois quando somos incoerentes há uma quebra de confiança", acrescenta.
Quando questionado sobre se as comparações entre este caso e do primeiro-ministro na Operação Influencer atira que " a forma como a pessoas avaliam a gravidade de cada caso é diferente e que importante mesmo é que sejamos coerentes", acrescentando que não só o partido como também os cidadãos "farão avaliação da coerência das situações".
Diz ainda que os detentores de cargos públicos "devem fazer um juízo sobre o cargo em que exercem" dizendo que a "primeira missão é sempre dos próprios políticos".
"Nós temos uma campanha para fazer em Portugal, não quer dizer que a situação não seja importante, mas há uma fronteira que não queremos ultrapassar", afirma o secretário-geral do PS.
Pedro Nuno Santos referiu-se mesmo à Operação Influencer, que levou a demissão do primeiro-ministro, António Costa, e à convocação de eleições legislativas antecipadas.
"Quando falo em coerência, falo desde logo sobre mim. Refiro-me desde logo à forma como encarámos o caso judicial que esteve na origem da demissão do primeiro-ministro. Da mesma forma falamos deste caso [com o presidente do Governo Regional da Madeira] ou falaremos de qualquer outro", completou.
Para o secretário-geral do PS, nos casos judiciais que atingem políticos, é essencial respeitar o princípio da separação de poderes".
"É preciso respeitar a independência do poder judicial e a presunção de inocência. Levamos esses princípios muito a sério, envolvendo militantes do PS, do PSD ou de qualquer outro partido. Nós não vamos ser incoerentes na forma como temos separado a política da justiça", reforçou.
Confrontado com a posição do PS/Madeira, que exigiu a demissão do presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, Pedro Nuno Santos invocou a autonomia dessa estrutura do seu partido.
"Nada tenho a acrescentar à posição do PS/Madeira, sempre em respeito pela autonomia do nosso partido nessa região autónoma. Olhamos para esse caso com preocupação, porque os cidadãos tem de confiar nas instituições, têm de confiar nos seus eleitos", alegou.
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