PS condiciona isenção de taxas moderadoras

Fim do pagamento nos centros de saúde fica sujeito a critérios definidos em portaria.

26 de maio de 2019 às 09:50
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Parlamento Assembleia da República
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O fim anunciado das taxas moderadoras nos cuidados de saúde primários, anunciado pelo PS na sua proposta de alteração à Lei de Bases da Saúde, está condicionado "a critérios que só serão definidos mais tarde em portaria", revelou ao Correio da Manhã a deputada socialista Jamila Madeira.

A votação dos projetos dos vários partidos é retomada no próximo dia 31 de maio, na Comissão de Saúde, depois de ter estado suspensa devido às eleições europeias. As taxas moderadoras e as parcerias público- -privadas serão os pontos quentes do debate.

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"O avanço do PS em relação às taxas moderadoras", como classificou a parlamentar do PCP Carla Cruz, levanta, contudo, reservas ao Bloco de Esquerda, sabe o CM. O partido de Catarina Martins apresentou uma proposta muito semelhante à do PS, mas retirou-lhe o excerto final: "Nos termos que vierem a ser definidos por lei." É esta particularidade que para o BE poderá limitar a abrangência das isenções e, no limite, tornar inócua a proposta do PS, caso os governos seguintes regulamentem a lei de forma restrita.

Jamila Madeira afasta os receios bloquistas, esclarecendo que a "Lei de Bases da Saúde não pode ter um caráter tão rígido e impor a eliminação total das taxas nos cuidados de saúde primários". A deputada defende que é "necessário dar margem de manobra aos Executivos para aplicarem as isenções como entenderem".

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As condições para os utentes ficarem livres do pagamento de taxa quando vão aos cuidados de saúde primários ainda não estão definidas na proposta do PS. Mas Jamila Madeira explica que o objetivo é "evitar um abuso ou sobrecarga na utilização dos serviços". "Se um utente é hipocondríaco e vai com muita frequência ao centro de saúde sem estar doente, poder-se-á aplicar uma taxa ao fim de determinadas consultas", exemplifica a deputada.

Partidos não se entendem sobre privados na saúde

As parcerias público-privadas (PPP) na saúde vão continuar a dividir os partidos, da esquerda à direita. Os parceiros do Governo, BE e PCP, exigem o fim das PPP, enquanto PSD e CDS defendem a sua manutenção quando o Estado não consiga suprir as necessidades. O PS recuou na intenção de eliminar as PPP e propõe que a gestão pública possa ser supletiva e temporariamente assegurada por privados.

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