PS em Lisboa resume mandato de Moedas a "propaganda e vitimização"
Partido acusa Moedas de se "aproveitar das inúmeras medidas que o PS executou ou deixou preparadas".
O PS na Assembleia Municipal de Lisboa afirmou, esta terça-feira, que o mandato autárquico presidido por Carlos Moedas (PSD) se resume a "propaganda e vitimização", tendo o social-democrata destacado o investimento de 1,2 mil milhões na cidade.
"O senhor presidente habituou-se, desde o primeiro dia do seu mandato, a apropriar-se das inúmeras medidas que o PS executou ou deixou preparadas, assumindo-as como suas, mas as pessoas - que o senhor presidente tanto diz prezar - merecem a verdade. Por isso, vamos falar verdade, pois é o mínimo que a ética política exige", afirmou a deputada do PS Carla Madeira.
A intervenção de Carla Madeira foi no âmbito da apresentação escrita do presidente da câmara sobre o trabalho do executivo entre junho e agosto, apesar de Carlos Moedas ter dedicado a sua intervenção inicial a falar sobre o acidente com o elevador da Glória, que ocorreu na quarta-feira e provocou 16 mortos e duas dezenas de feridos.
"A avaliação do PS deste documento nada tem de radicalismo, nem de invenção. É apenas uma constatação de factos. Temos de novo mais do mesmo. Propaganda e vitimização, duas palavras que o senhor presidente conjuga muitíssimo bem. Quanto à ação concreta, nada de relevante", afirmou a socialista.
Entre as áreas alvo de críticas por parte do PS à governação de Carlos Moedas estão a participação cívica dos cidadãos, a habitação, o planeamento urbano, a mobilidade, a segurança, a higiene urbana e a política social.
"Lisboa precisa novamente de um executivo competente e precisa de um presidente presente, para desenvolver uma cidade que seja vibrante não nas redes sociais, mas no quotidiano das pessoas. Para uma cidade que seja autêntica, limpa, segura e atraia moradores pela qualidade de vida que oferece e pela vitalidade do tecido económico", defendeu a deputada do PS Carla Madeira, que é também candidata às eleições autárquicas de 12 de outubro na lista de PS/Livre/BE/PAN à Câmara de Lisboa, encabeçada por Alexandra Leitão.
Em resposta, o presidente da câmara e recandidato ao cargo pela coligação PSD/CDS-PP/IL, Carlos Moedas, reforçou que, nestes quatro anos de mandato (2021-2025), este executivo "investiu 1,2 mil milhões na cidade", referindo que foram "mais 456 milhões de euros do que no mandato anterior", e também com uma execução superior, na ordem dos 80%.
O social-democrata indicou que foram construídos 25 equipamentos para a cidade, nomeadamente seis centros de saúde, nove creches e 10 escolas, e que estão em construção outros 12.
Na área da habitação, Carlos Moedas realçou o contrato com a União Europeia no valor de 560 milhões de euros, 2.700 chaves entregues aos lisboetas, 1.200 famílias apoiadas no pagamento da renda mensal e relançamento de cooperativas para a construção de casas.
"É verdade que poderíamos ter feito mais", reconheceu o autarca do PSD, indicando que havia 600 casas e 600 camas para estudantes que não foram construídas porque a oposição, incluindo o PS, não permitiu, "por estigma dos privados".
Sublinhando que a solução para a crise da habitação tem de passar por parcerias entre público e privado, o social-democrata realçou ainda a "coragem de duplicar a taxa turística num momento em que é necessário regular o turismo", assim como a sua aplicação aos passageiros dos cruzeiros.
Além do PS, também o Livre e os Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre) criticaram a atual gestão de Carlos Moedas.
Nesta reunião, a Assembleia Municipal aprovou ainda, com os votos contra de PSD, IL, PPM, Aliança, CDS-PP e Chega, uma moção do BE pelo apoio diplomático à flotilha humanitária rumo a Gaza e outra do PCP pelo desenvolvimento de iniciativas de solidariedade com o povo palestiniano.
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