"Não quis ofender a honra de Jorge Coelho", diz o autarca de Lisboa.
O presidente da Câmara de Lisboa recusou, esta terça-feira, a ideia de ter faltado à verdade quando disse que o antigo ministro Jorge Coelho se demitiu após a queda da ponte de Entre-os-Rios por ter conhecimento prévio de problemas.
"Não faltei à verdade. [...] Eu não quis ofender a honra de Jorge Coelho, eu quis honrar a honra de Jorge Coelho e a vida de Jorge Coelho, porque ele teve a coragem política no momento certo", afirmou Carlos Moedas (PSD), em declarações aos jornalistas após a reunião da Assembleia Municipal de Lisboa.
No domingo, durante uma entrevista à SIC sobre as causas do acidente mortal com o Elevador da Glória, em Lisboa, Carlos Moedas foi confrontado com o exemplo do falecido socialista Jorge Coelho, que em 2001 se demitiu das funções de ministro do Equipamento Social na sequência da queda da ponte de Entre-os-Rios, no rio Douro.
Nessa entrevista, Carlos Moedas recusou a comparação e disse que o gabinete de Jorge Coelho tinha recebido informações que apontavam para a fragilidade da ponte ainda antes do acidente, enquanto, no seu caso, não recebeu qualquer sinal nesse sentido em relação ao Elevador da Glória.
Perante essas declarações, o atual presidente do Conselho Europeu, António Costa, e outros antigos ministros de António Guterres, primeiro-ministro em 2001, acusaram o presidente da Câmara de Lisboa de ter dito falsidades sobre o antigo dirigente socialista Jorge Coelho.
"Nós, companheiros de Jorge Coelho no Governo de António Guterres aquando da queda da ponte de Entre-os-Rios, queremos manifestar a nossa indignação pelas falsidades proclamadas pelo engenheiro Carlos Moedas sobre o que se passou em 2001. A atitude de Jorge Coelho foi um contributo importante para a defesa de democracia nos últimos 25 anos", escrevem antigos ministros de António Guterres numa nota enviada à agência.
Em resposta à indignação de vários socialistas, o social-democrata Carlos Moedas afirmou que a intenção que tinha "era elogiar Jorge Coelho, um homem de coragem".
"Teve a coragem de assumir a sua responsabilidade política naquela altura, perante factos, numa situação muito diferente daquela que estamos a viver hoje, portanto não era minha intenção ofender. Era minha intenção honrar a coragem daquele homem e da sua responsabilidade política", declarou.
Sem querer alimentar a polémica, o presidente da câmara sublinhou que "Lisboa está de luto".
"Neste momento, aquilo que é realmente necessário para a cidade de Lisboa é continuarmos a trabalhar para encontrar a verdade. Há um inquérito externo que eu pedi desde a primeira hora, não só interno, mas externo, para chegarmos a essas conclusões", destacou o social-democrata, referindo-se à investigação do acidente com o elevador da Glória, que ocorreu na quarta-feira e provocou 16 mortos e duas dezenas de feridos.
Sobre a moção de censura apresentada pelo Chega e rejeitada pela Assembleia Municipal, Carlos Moedas disse que "ficou provado que esta moção não tinha como objetivo nem ajudar as famílias, nem as vítimas, nem os feridos", reforçando que uma das suas prioridades continua a ser o apuramento da verdade sobre o acidente com o elevador da Glória.
"Encontrar a verdade, chegar à verdade, para bem dos lisboetas, mas sobretudo também em nome daqueles que infelizmente já cá não estão", frisou.
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