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Carlos Moedas diz que a sua responsabilidade política é continuar a governar

"Lisboa nunca precisou tanto de liderança", diz o autarca.

09 de setembro de 2025 às 18:00

O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), afirmou, esta terça-feira, que a sua responsabilidade política após o acidente com o elevador da Glória é continuar a governar a cidade.

"Lisboa nunca precisou tanto de liderança. Lisboa tem essa liderança. A liderança não é só para os bons momentos. A liderança não é ir a correr para os platôs das televisões, não é para formalismos e para reuniões. A liderança é tomar decisões certas nos momentos certos", afirmou Carlos Moedas, na reunião da Assembleia Municipal de Lisboa.

No período dedicado a apresentar o trabalho do executivo entre junho e agosto, o presidente da câmara dedicou a sua intervenção a falar sobre o acidente com o elevador da Glória, que ocorreu na quarta-feira e provocou 16 mortos e mais de duas dezenas de feridos.

Afirmando que "agora é hora da coragem" e considerando que "é mais fácil criticar, apontar culpas e atirar responsabilidades", Carlos Moedas assumiu: "Eu não me posso dar ao luxo de ter essa leveza, eu tenho de governar e vou continuar a governar a cidade. Essa é a minha responsabilidade política e dela não fujo".

"Nenhum de nós aqui, nesta sala, poderia imaginar o que iria acontecer", indicou o autarca do PSD, referindo que como presidente da Câmara de Lisboa está "para o bem e para o mal".

"Aqui estou ao lado dos lisboetas como principal responsável político e assim fiz naquela noite fatídica", apontou, reforçando que a tragédia do acidente com o elevado da Glória "foi inimaginável".

Sobre a moção de censura do Chega, que foi rejeitada pela Assembleia Municipal, Carlos Moedas disse que a mesma não tinha como objetivo ajudar as vítimas nem as suas famílias.

Quanto à atuação após o acidente, o autarca do PSD disse que a sua prioridade foi "reagir, estar no terreno e garantir que todos os recursos estavam no sítio certo", acompanhando as equipas e tomando decisões.

"Se há critério que guia o executivo que lidero é a responsabilidade política. Sou o responsável político por ter investido mais na Carris", reforçou o social-democrata, referindo que o orçamento desta empresa municipal, que é também responsável pela gestão do elevado da Glória, "é o mais alto de sempre", com 188 milhões de euros, "mais 30% que há quatro anos".

Carlos Moedas indicou ainda que "o investimento da Carris é de 156 milhões de euros durante este mandato, mais 64% que no último mandato", os pagamentos da Câmara Municipal a esta empresa municipal "chegaram aos 184 milhões de euros, mais 33% que no último mandato", e "o investimento em manutenção aumentou 30%".

"Essa é a nossa responsabilidade política e eu assumo-a claramente", expôs.

O presidente da câmara destacou ainda a decisão tomada no dia da tragédia de exigir uma investigação interna e externa: "Sou o primeiro a querer saber o que se passou, em nome dos lisboetas. Este não é o momento para especular, é o momento para apurar os factos e os factos são claros. A inspeção diária foi feita nas condições normais; a manutenção do equipamento estava a ser feita com regularidade, por isso não podemos especular".

O autarca sublinhou que é preciso esperar para ter respostas rigorosas e claras sobre o acidente, também por respeito às vítimas e às suas famílias.

O social-democrata realçou ainda a decisão de suspender, de imediato, a operação de todos os funiculares da cidade, para que sejam sujeitos a "uma revisão exaustiva, mas principalmente para dar aos lisboetas a confiança e a segurança no equipamento".

Sobre as medidas aprovadas pela câmara na segunda-feira, Carlos Moedas enalteceu a criação de um memorial coletivo dedicado às vítimas mortais deste acidente, assim como o lançamento de uma equipa de missão para conceber o novo sistema tecnológico do ascensor da Glória.

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