PSD "não pactuará com qualquer falha ética ou de legalidade" e pede rapidez à justiça

No plano político, Hugo Soares defendeu ser necessário "confirmarem-se alguns factos para que sejam retiradas consequências políticas".

24 de maio de 2023 às 13:25
Hugo Soares, PSD Foto: Sérgio Lemos
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O secretário-geral do PSD afirmou esta quarta-feira que o partido "não pactuará com qualquer falha ética ou de legalidade", pedindo rapidez na investigação judicial sobre uma alegada troca de favores entre o partido e o PS nas autárquicas de 2017.

Em declarações aos jornalistas no parlamento, Hugo Soares separou os planos jurídico e político, a propósito da reportagem emitida na terça-feira à noite na TVI/CNN.

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"A primeira é que esta investigação deve concluir-se rapidamente, o PSD é e será absolutamente intransigente na defesa da decência ética, da legalidade e da normalidade democrática", afirmou.

O dirigente do PSD salientou que este processo dura "há cinco ou seis anos" e "deve ter uma conclusão para se saber verdadeiramente quais são as imputações e os responsáveis daquelas condutas".

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No plano político, Hugo Soares defendeu ser necessário "confirmarem-se alguns factos para que sejam retiradas consequências políticas".

"E também aí quero deixar absolutamente claro, em nome do PSD: o PSD será intransigente com qualquer falha ética ou qualquer falha de legalidade. Fomos no passado, tem sido esta a nossa conduta e seremos em qualquer circunstância", disse.

Hugo Soares não respondeu diretamente às perguntas se o PSD mantinha a confiança política no deputado Carlos Eduardo Reis, nem sobre pedidos de demissão dos ministros Fernando Medina ou Duarte Cordeiro, todos citados na investigação televisiva, e todos negando ter cometido qualquer ilegalidade.

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"É absolutamente necessário que estes factos sejam confirmados e que esta investigação chegue ao fim (...) O PSD tem dado esse exemplo e será sempre intransigente na defesa da decência ética, da normalidade democrática e da legalidade e não pactuará com qualquer falha", repetiu Hugo Soares.

Já esta madrugada, o presidente do PSD se tinha pronunciado sobre o caso: "É impossível pactuar com a corrupção da democracia. Temos de saber a verdade e tirar consequências. Exige-se que a justiça seja rápida e conclua esta investigação", escreveu Luís Montenegro na rede social Twitter.

Segundo uma reportagem emitida na terça-feira à noite pela TVI/CNN Portugal, no âmbito da Operação Tutti Frutti foram intercetadas escutas e comunicações que apontam para um alegado "pacto secreto" entre PSD e PS para cada partido manter a liderança de determinadas juntas de freguesias de Lisboa nas eleições autárquicas de 2017.

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Referindo ter tido "acesso a centenas de escutas telefónicas e trocas de emails" e também a "conclusões do Ministério Público" no âmbito da Operação Tutti Frutti, a TVI/CNN divulgou algumas, que se centram em comunicações do ex-deputado do PSD Sérgio Azevedo com outros sociais-democratas.

O nome do atual deputado Carlos Eduardo Reis é citado na reportagem por alegadamente ter havido favorecimento a uma empresa que detinha na altura para a construção de um campo desportivo.

Sobre a referência a figuras do PSD, Hugo Soares disse apenas que "nos próximos dias o partido continuará a acompanhar as reportagens da TVI", admitindo que o que foi conhecido na terça-feira "é grave".

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Em concreto sobre Sérgio Azevedo, Hugo Soares salientou que já não é nem deputado nem dirigente do PSD, reiterando que o PSD irá aguardar pela conclusão da investigação jornalística -- a TVI/CNN prometeu novas notícias nos próximos dias -- e, sobretudo, da investigação judicial.

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