PSD pede audição urgente de ministro da Educação e de reitor do Porto sobre alegadas pressões para entrada em medicina

Objetivo é "prestarem esclarecimentos sobre o processo do Concurso Especial para Acesso a Medicina por Licenciados da Universidade do Porto para o ano letivo 2025/2026".

05 de setembro de 2025 às 15:23
Fernando Alexandre, ministro da Educação Foto: António Cotrim/Lusa
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O PSD pediu esta sexta-feira a audição parlamentar urgente do ministro da Educação e do reitor da Universidade do Porto para prestarem esclarecimentos sobre alegadas pressões no processo do concurso para acesso a medicina no ano letivo 2025/2026.

Apesar do pedido de audição, o PSD refuta no requerimento qualquer pressão, considerando que "o ministro da Educação, Ciência e Inovação nunca pressionou, de forma alguma, o Reitor a admitir aqueles candidatos de forma irregular, nem sugeriu qualquer solução que violasse o enquadramento legal em vigor".

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O pedido acontece depois de o semanário Expresso, na sua edição de esta sexta-feira, ter noticiado que o reitor da Universidade do Porto afirmou ter recebido pressões de várias "pessoas influentes", sem adiantar nomes, para deixar entrar na Faculdade de Medicina 30 candidatos que não tinham obtido a classificação mínima na prova exigida no curso especial de acesso para licenciados noutras áreas.

Num requerimento entregue esta sexta-feira na Assembleia da República, o Grupo Parlamentar do PSD requer a "audição urgente" do ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, e do reitor da Universidade do Porto, que identifica também como "membro do conselho estratégico do Partido Socialista", António Sousa Pereira. O PSD requer ainda a audição do diretor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Altamiro da Costa-Pereira.

O objetivo é "prestarem esclarecimentos sobre o processo do Concurso Especial para Acesso a Medicina por Licenciados da Universidade do Porto para o ano letivo 2025/2026".

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Segundo a notícia do Expresso, o assunto chegou ao ministro da Educação, que ligou ao reitor a manifestar disponibilidade para que se criassem vagas extraordinárias de modo a que estes alunos (que não tinham obtido a classificação mínima na prova exigida no concurso especial de acesso para licenciados noutras áreas) tivessem lugar na Faculdade de Medicina.

"É, por isso, falsa a acusação do Reitor da Universidade do Porto", concluem os deputados sociais-democratas Pedro Alves, Inês Barroso e Ana Gabriela Cabilhas no requerimento entregue esta sexta-feira na comissão parlamentar de Educação e Ciência.

O Grupo Parlamentar do PSD considera "de extrema gravidade os alegados factos acontecidos, bem como as acusações proferidas pelo Sr. Reitor da Universidade do Porto".

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"O Sr. Reitor afirma que alguém comunicou aos estudantes que tinham sido admitidos, mas que quem o fez não tinha autoridade para tal, sendo que o Sr. Reitor afirma só ter tomado conhecimento disso "vários dias depois, a 07 de julho", alegadamente 17 dias após os alunos terem recebido a informação que teriam sido colocados. Posteriormente, o Sr. Reitor alega ter recebido 'pressões' de 'pessoas influentes, que têm acesso ao poder' para homologar a referida lista", referem os sociais-democratas.

De acordo com o PSD, o ministro "prontamente esclareceu a situação", afirmando que "teve conhecimento da situação através de comunicação de candidatos excluídos e de uma sugestão, por escrito, do diretor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto para a criação de 30 vagas supranumerárias".

"Após uma tentativa de contacto por parte do Reitor da Universidade do Porto, o Sr. Ministro da Educação, Ciência e Inovação devolveu a chamada, tendo esta situação sido abordada. Durante o telefonema, foi manifestada disponibilidade para a criação de 30 vagas supranumerárias, desde que, para o efeito, existisse base legal, o que mereceu a concordância do Reitor", assinala o documento da bancada social-democrata.

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Além disso, prossegue o PSD no requerimento, "com o objetivo de avaliar a base legal para a criação dessas vagas supranumerárias, foi solicitado pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação um parecer à Inspeção-Geral da Educação e Ciência (IGEC), tendo em conta que a divulgação da lista de candidatos admitidos gerou uma legítima expectativa junto daqueles 30 candidatos".

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