Reforma militar estará pronta antes do verão
Bloco central dará mais poder ao chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas.
A reforma na organização das Forças Armadas deverá estar concluída antes do verão. O calendário foi fixado pela bancada do PS que, com o PSD e o CDS-PP, deverá aprovar as alterações já amanhã.
Segundo o socialista Marcos Perestrello, é esperado que os trabalhos de especialidade se iniciem “já na próxima semana”, permitindo assim ter o “regime aprovado antes do final da sessão legislativa”.
A reforma concentra mais poder no chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas. No Parlamento, o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, argumentou que a mudança prevista irá trazer “clareza na linha de comando” e “evitar a dispersão de meios”.
Em resposta ao PSD, que trouxe para o debate a questão da “governamentalização” dos poderes militares, Gomes Cravinho assegurou que “não há rigorosamente nenhuma alteração” no relacionamento entre o sistema político e as Forças Armadas. Já para o trabalho em especialidade, o CDS-PP deixou uma exigência: que fique clara a autonomia administrativa para os chefes dos vários ramos.
O Governo não contará com o apoio da esquerda: se os comunistas alertaram para o risco de se comprometer a “isenção partidária” das Forças Armadas, os bloquistas acusaram PS e PSD de se atirarem “para o colo um do outro”, abrindo a porta à “corrupção nos negócios da Defesa”. A reforma proposta pelo Governo tem também sido alvo de fortes críticas de ex-chefes militares e de dois antigos Presidentes da República, Ramalho Eanes e Cavaco Silva.
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