Socialistas defendem que já devia ter sido aberto um inquérito ao caso Spinumviva
Oposição ataca contradições e ausência de esclarecimento do primeiro-ministro.
José Luís Carneiro (PS) defendeu esta quarta-feira que já devia ter sido aberto um inquérito ao caso da empresa familiar do primeiro-ministro, Spinumviva. “Para mim é incompreensível que não tenha sido aberto um inquérito. É essa a explicação que deve dar o Procurador-Geral da República, é porque é que não abriu um inquérito”, disse o líder do PS.
Já André Ventura (Chega) acusou Montenegro de “arrastar a situação” ao não prestar todos os esclarecimentos. “Temos um instrumento, que é um instrumento excecional, que é a averiguação preventiva, a prolongar-se no tempo, o que não acontece a todos os outros”, apontou Ventura.
À esquerda, Rui Tavares (Livre) acusou Montenegro de não conseguir “manter uma história certa do princípio ao fim” e de ter “um caso não muito sério com a verdade”. Paulo Raimundo (PCP) desafiou o primeiro-ministro a “assumir responsabilidades” se estiver a questionar os tempos da Justiça, enquanto Mariana Mortágua (BE) considerou que “a Spinumviva vai perseguir o primeiro-ministro, é uma maldição que vai perseguir este Governo e a sua credibilidade”.
Já Inês Sousa Real (PAN) pediu a Montenegro para parar com a “vitimização”. Em contraste com os restantes partidos da oposição, a IL optou por não comentar o assunto. “Vamos aguardar serenamente que o Ministério Público faça o seu trabalho e depois, conforme as conclusões a que chegar, tomaremos uma posição”, referiu Mariana Leitão.
PM diz que deve falar diretamente com o MP
“Eu devo prestar todos os esclarecimento ao Ministério Público (MP) e, portanto, devo falar diretamente com o MP, não através da imprensa, como também é suposto que o MP fale comigo diretamente e não através da imprensa”, atirou esta quarta-feira o primeiro-ministro, numa crítica às notícias que deram conta da intenção dos procuradores e da PJ de ter acesso às suas contas bancárias. Luís Montenegro já tinha considerado “uma pouca vergonha”o que viu como uma fuga de informação de “alguém ligado ao processo” a escassos dias das autárquicas.
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