Primeiro-ministro manifestou-se em sintonia com as preocupações transmitidas pelo Presidente da República.
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O primeiro-ministro manifestou-se esta quarta-feira em sintonia com as preocupações transmitidas pelo Presidente da República sobre a democracia, mas considerou que só o próprio chefe de Estado pode esclarecer o que disse sobre "messianismo" e "endeusamento" dos políticos.
António Costa falava aos jornalistas no início da festa das comemorações do 25 de Abril de 1974 nos jardins de São Bento, depois de interrogado sobre a forma como recebeu o discurso esta manhã proferido por Marcelo Rebelo de Sousa na Assembleia da República.
Questionado sobre quem são os alvos da parte do discurso em que o Presidente da República se referiu ao "messianismo" e ao "endeusamento" de políticos, António Costa alegou que "essa é uma pergunta que seguramente tem de ser dirigida a ele".
"Para já, creio que não estava a falar de si próprio, porque é o único em que nas sondagens surge com níveis de popularidade absolutamente estratosféricos. Não sei [a quem se estava a referir]", repetiu o líder do executivo.
António Costa advertiu depois que "é muito difícil interpretar a arte moderna e nem sempre é possível interpretar os discursos modernos".
"Mas o Presidente da República ficará encantado em poder esclarecer sobre aquilo que lhe ia no espírito nesse momento", completou o primeiro-ministro.
Na primeira pergunta sobre como ouviu o discurso proferido pelo chefe de Estado, António Costa optou por recorrer ao humor junto dos jornalistas, começando por dizer: "Ouvi de costas, porque o Presidente da República estava atrás de mim".
Esgotado o momento de humor, António Costa esclareceu em seguida que estava por dentro das preocupações manifestadas pelo Presidente da República, já que o acompanhou recentemente na visita a França por ocasião das comemorações do centenário da batalha de La Lys, na I Guerra Mundial.
"Percebi bem então a ligação que o chefe de Estado quis fazer entre a tragédia da Europa há cem anos e aquilo que nós consideramos como um adquirido: A paz, a liberdade e a democracia. Mas a paz, a liberdade e a democracia não são um adquirido", vincou o líder do executivo.
Para António Costa, embora Portugal tenha já 44 anos de liberdade pós-25 de Abril, "importa continuar a trabalhar para que essa liberdade seja eterna".
"Como disse o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, este ano celebramos pela primeira vez o facto de a Constituição de 1976 já ter vigorado mais tempo do que a antiga Constituição de 1933 do Estado Novo. Este é um bom sinal sobre a vitalidade da democracia, mas temos de continuar a trabalhar para que este nosso regime esteja cada vez mais forte", insistiu.
Já sobre os fenómenos do populismo, António Costa admitiu que também a democracia corre riscos de adoecer, mas advogou que Portugal "tem encontrado bons antídotos".
Neste ponto, o primeiro-ministro voltou a defender a importância de existirem sempre alternativas políticas em democracia, assim como o caráter fundamental de as promessas serem cumpridas.
"É importante que os cidadãos saibam que, quando estiverem cansados de uma solução política, têm outra alternativa para escolher. Mas também é importante que as pessoas sintam que o poder político as respeita e que os compromissos assumidos são respeitados. A ideia que se respeita os compromissos é essencial para dar força à democracia e confiança aos cidadãos - e a confiança é o melhor antídoto contra os populismos", acentuou António Costa.
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