Mais de 100 pessoas concentraram-se no largo da Câmara após um apelo ao "Movimento Pacífico pelo Estádio Municipal de Espinho".
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A Assembleia Municipal de Espinho, cuja sessão de terça-feira à noite foi descrita como "uma das mais participadas de sempre", aprovou um orçamento de 36,7 milhões de euros para 2019.
A reunião foi a segunda em que os deputados locais tiveram oportunidade de votar as propostas do Executivo camarário liderado pelo PSD, depois de um primeiro chumbo em dezembro de 2018.
O novo documento foi agora aprovado com 12 votos a favor pelos nove eleitos do PSD, os dois presidentes das juntas de Freguesia de Espinho e de Paramos, e o deputado do BE.
Os votos contra foram de sete vogais do PS, um da CDU e um do movimento Pela Minha Gente (PMG), enquanto as abstenções couberam a um eleito do PMG e aos presidentes das juntas de Silvalde e da União de Freguesias de Anta e Guetim. O socialista João Carapeto ausentou-se da sala durante a votação por se opor aos procedimentos.
Para o vice-presidente da autarquia e responsável pela gestão financeira, Vicente Pinto, ficou assim viabilizado um conjunto de investimentos que, no total, têm já quase 13 milhões de euros aprovados em apoios comunitários.
A lista inclui a requalificação do canal ferroviário e da Escola EB23 Sá Couto, a criação da rede local de ciclovias, a renovação da rede de água e saneamento, e a comparticipação financeira do novo quartel dos bombeiros, entre outros projetos.
O autarca social-democrata realçou que o orçamento não facilita apenas "um programa de obras: é também um programa que apoia mais as famílias, por reforçar o cheque-educação, implementar o cheque-natalidade e o alargamento do fundo social de emergência".
O deputado do BE António Andrade, que na terça-feira deu parecer favorável ao orçamento do PSD, depois de em dezembro o ter reprovado, explicou a alteração do voto.
"Em consciência, devo aprovar este orçamento porque há um interesse maior em causa, que é a concretização do quartel dos bombeiros, sob pena de eles poderem perder aquilo que já investiram [se a Câmara ficasse impedida de assegurar a comparticipação com que se comprometeu]", disse.
Henrique Cierco, do PMG, também justificou a sua abstenção, alegando que, apesar de o segundo orçamento proposto pelo PSD se manter "omisso em alguns aspetos cruciais", o Executivo camarário "ainda merece o benefício da dúvida".
Cierco criticou ocorrências que precederam a presente sessão da Assembleia, como a colagem de cartazes anónimos e de tom descrito como "de intimidação e terror" na residência de alguns deputados, que começaram por se opor ao orçamento.
"Em pleno século XXI e com uma democracia consolidada", é lamentável que dirigentes de diversas instituições da cidade "tenham vindo para o espaço público e para as redes sociais tentar condicionar a opinião dos vogais da Assembleia", disse.
Antes do início da sessão, mais de 100 pessoas concentraram-se no largo da Câmara, na sequência de um apelo que circulou na internet sob o nome "Movimento Pacífico pelo Estádio Municipal de Espinho". O equipamento, propriedade da autarquia, deverá ser cedido ao Sporting Clube de Espinho como casa-mãe.
Na praça reuniram-se atletas e apoiantes do clube, entre os quais o presidente da coletividade. Para Bernardo Gomes de Almeida, a criação do novo estádio, cujo financiamento comunitário ficaria em risco se o orçamento municipal não fosse aprovado, era "uma questão de vida ou morte".
Em declarações à Lusa, o responsável explicou: "Já é muito triste termos perdido o velhinho estádio [Comendador Manuel Violas], onde jogávamos há 92 anos, e estarmos no estádio emprestado do Fiães Sport Clube [no concelho de Santa Maria da Feira]. Agora o novo estádio é uma questão de vida ou morte para o clube, porque já é tempo de, uma vez por todas, acabarmos com as promessas que nos vêm fazendo há mais de 40 anos e finalmente concretizarem a obra".
A esse propósito, José Carvalhinho, o eleito do PMG que votou contra o orçamento, afirmou na Assembleia que o orçamento autárquico de 2018 já previa 484.000 euros para o estádio e que, desse montante, a Câmara só gastou 12%" nesse ano.
"Nessa altura não vi o Sporting Clube de Espinho a mandar vir nem a fazer manifestações à porta da Câmara por ela não ter cumprido o que prometeu", considerou.
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