Assunção Cristas avaliou ter falhado no resultado do partido, apesar de ter cumprido o caminho traçado.
Assunção Cristas usou este sábado 13 minutos para fazer o discurso de despedida da presidência do CDS, em que admitiu ter falhado, mas não partilhou qual a sua análise pessoal para "dissecar" os erros da sua liderança.
"O tempo encarregar-se-á dessa análise detalhada", afirmou Assunção Cristas, aplaudida no início e no fim da intervenção, na abertura do 28.º congresso nacional do partido, no Parque de Feiras e Exposições de Aveiro.
"Cumpri o caminho traçado e a estratégia proposta, mas cumpre-me hoje reconhecer uma evidência: falhei o resultado", afirmou.
Assunção Cristas ouviu o que foi dito desde as legislativas de outubro e que "uns dirão que a estratégia estava errada, outros que se cometeram erros táticos ou de comunicação ou que falhámos na avaliação das circunstâncias".
"Ouvi muitas análises e, naturalmente, tenho a minha própria. Não julgo útil, nem este seria este o momento apropriado para dissecar os erros desse roteiro. O tempo encarregar-se-á dessa análise detalhada", disse.
Logo após o discurso, Cristas deixou o pavilhão, minutos antes de os congressistas começarem a discutir as moções de estratégia global.
Rodrigues dos Santos apresenta candidatura sem padrinhos e rejeita desistir
O candidato à liderança do CDS-PP Francisco Rodrigues dos Santos defendeu este sábado que apresenta ao 28.º congresso do partido uma candidatura que "não tem donos, não tem padrinhos" e rejeitou desistir a favor de outro candidato.
"Eu venho apresentar ideias, esta candidatura não tem donos, não tem padrinhos, não é sucessora de ninguém, é uma candidatura que vem acrescentar debate de ideias e, na minha opinião, é a única que representa uma mudança alternativa, serena e tranquila para o CDS", disse o presidente da Juventude Popular (JP).
Francisco Rodrigues dos Santos falava aos jornalistas à chegada ao local onde decorre o 28.º Congresso do CDS-PP, que arrancou hoje e termina no domingo, em Aveiro.
Questionado sobre a possibilidade de desistir da sua candidatura à liderança em favor de outro candidato, o líder da JP foi taxativo: "Desistir? Eu estou aqui para ganhar e para ser presidente do partido, e contar com todos os militantes, depois vai tocar a rebate e o CDS vai renascer mais forte".
Notando que cada candidato à sucessão da atual presidente, Assunção Cristas, "falará por si", Rodrigues dos Santos apontou prefere "falar mais no valor da paz do que propriamente em fazer a guerra".
"Acredito num partido onde haja espírito de solidariedade, de corpo, de entreajuda, por uma razão muito simples: o CDS se continuar em guerras intestinas e em fraturas internas é uma casa que não poderá subsistir", defendeu.
O líder da JP acrescentou que vem "apresentar um serviço ao CDS", mas salientou que será "sempre respeitador da vontade soberana dos delegados".
"E estou confiante, porque acredito que os nossos militantes se reveem neste projeto e que vamos sair vitoriosos, mas a palavra naturalmente será dada a cada um e o voto é secreto por isso será exercido em liberdade", notou, acrescentado que apresentou a sua candidatura "de forma completamente transparente", fiel "aos valores matriciais do CDS e procurando que o partido tenha condições para enfrentar os seus adversários, que estão lá fora, e vencer os seus erros cá dentro".
Francisco Rodrigues dos Santos considerou igualmente que não se teria apresentado a eleições "se acreditasse que era necessário inverter uma espécie de status quo ou de marca identitária do partido".
"Acredito na mudança mas prefiro gradualismo na evolução, não gosto de roturas, não gosto de revoluções, portanto, estou tranquilo e hoje quem vai ganhar é o CDS e Portugal", salientou.
Na ótica do candidato de 31 anos, "o CDS precisa de ganhar uma nova vida, de se reinventar, de se posicionar no seu espetro político, de afirmar-se como único partido líder à direita para conseguir começar a construir a raiz da alternativa ao socialismo e, por outro lado, lançar as bases para uma maioria de direita já nas próximas eleições legislativas".
Assim, continuou, "olhos têm de estar postos no futuro", para aqueles que são os oponentes do partido, "e neste caso temos um bem marcado, o primeiro-ministro, António Costa, e o socialismo".
João Almeida apontado como um dos possíveis vencedores
João Almeida, que, a par de "Chicão" e Filipe Lobo d'Ávila, é apontado como um dos possíveis vencedores do congresso, recusou a ideia de ser o candidato da continuidade ou do "mais do mesmo" e prometeu renovação em pelo menos dois terços em cada órgão nacional para trazer mais "gente nova, energia nova e novidade" para "mostrar ao país".
Do alto da tribuna decorra a azul, a cor do partido, Almeida foi o único que se referiu às presidenciais, dizendo que "se for preciso" o CDS apresentará um candidato próprio que sabe quem será, mas não o revelou aos delegados.
Quanto às autárquicas, João Almeida disse que referiu-se ao resultado do em Lisboa, obtido nas anteriores eleições por Assunção Cristas afirmando que "é muito importante a nível nacional manter essa dignidade" e garantindo que tem "uma candidatura" capaz de "manter o resultado" ao mesmo nível.
Filipe Lobo d'Ávila afirma que CDS não deve ter "vergonha de se assumir de direita"
Já Filipe Lobo d'Ávila fez uma espécie de desafio a Assunção Cristas para voltar a candidatar-se à câmara de Lisboa, porque rejeita descartar os outros "quando dá jeito".
O ex-secretário de Estado recusou a ideia de que, internamente, o CDS precise de uma revolução e que não deve ter "vergonha de se assumir de direita". Aos delegados fez o apelo a votarem "em liberdade", sem se deixarem condicionar por "notáveis" ou "barões".
Abel Matos Santos pede afastamento de antigos dirigentes do partido
Abel Matos Santos, da Tendência Esperança em Movimento (TEM), foi direto ao pedir o afastamento de anteriores dirigentes, apostando na "mudança para um tempo novo".
"Devemos contar com todos, mas são precisos novos atores políticos descomprometidos com passados e atuações que levaram o CDS à falência, à destruição da sua malha autárquica, ao quase desaparecimento do seu grupo parlamentar", disse o candidato e pediu aos congressistas para refletirem na escolha entre "o renascer" do partido e a sua "irrelevância política".
Carlos Meira: Lá fora espera-nos "um povo que está desconfiado de nós"
Carlos Meira, ex-líder da concelhia de Viana do Castelo, apresentou-se como candidato que veio para ir para a rua combater aquilo a que apelidou de "nova ditadura do gosto", imposta e "financiada por certa esquerda".
Candidato do protesto, Meira explicou que "negar o desperdício, as avenças, as subvenções, as negociatas ruinosas praticadas pelo CDS e no CDS é tapar o sol uma peneira" e pediu para o partido se erguer e "mudar, mudar muito" para recuperar a sua credibilidade.
Lá fora espera-nos "um povo que está desconfiado de nós", advogou ainda.
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