Ministro das Finanças diz que este é o "quinto orçamento" que apresenta e que os números são o "resultado do trabalho feito".
O Ministro das Finanças insistiu esta segunda-feira no parlamento que Portugal está a investir "sem pôr em causa" o equilíbrio das contas externas e que as "contas certas" são o resultado de um trabalho ainda "longe de estar concluído".
No último debate na especialidade sobre a proposta do executivo de Orçamento do Estado (OE) para 2020, os partidos questionaram o Governo sobre eventuais injeções de capital extraordinárias no Novo Banco, alívio fiscal na classe média, investimento no Serviço Nacional de Saúde e descida no IVA na eletricidade.
Mário Centeno começou por dizer que se trata "do quinto orçamento" que apresenta e que os números são o "resultado do trabalho feito".
Centeno insiste no equilíbrio das contas externas e na importância das "contas certas"
"Uns pretendem mais despesa, outros propagandeiam menos impostos e alguns propõem ainda as duas coisas ao mesmo tempo. Todos apostam no crescimento. Como se o orçamento fosse uma casa de apostas", disse.
Os "cento e um números" do OE de Mário Centeno para 2020 não convenceram o PSD.
Para o deputado Duarte Pacheco, os sucessivos discursos de Mário Centeno não passam de um "momento de humor" uma vez que o ministro das Finanças está a apresentar um orçamento que não passa "de uma fraude política", é "mesmo um mau orçamento".
"Ninguém se revê na peça orçamental que apresentou", disse o deputado social-democrata, acrescentando que o PSD queria um orçamento distinto e "com outras prioridades".
Pelo CDS, a deputada Cecília Meireles questionou o ministro das Finanças se está disponível para dar um sinal de alívio fiscal à classe media: "um sinal que mantenha o excedente e seja bastante minimalista, mas real".
À esquerda, a deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua e o deputado do PCP Duarte Alves introduziram o tema do Novo Banco, referindo que não há razão "para confiar qual vai ser o valor para este ano" em termos de injeção no Fundo de Resolução e impacto no Novo Banco.
Mais tarde, em resposta ao deputado do PAN André Silva, que questionou também sobre o tema, Mário Centeno afirmou que "a despesa autorizada no Novo Banco no Orçamento de Estado é muito clara", e que "cobre a possibilidade de uma injeção de capital contingente no Novo Banco, cobre o pagamento de juros que o Novo Banco deve ao Estado pelos empréstimos anteriores, e cobre a contribuição para o fundo de resolução europeu, que é receita do Fundo de Resolução e despesa do Fundo de Resolução".
"Esse nível de despesa máximo que está autorizado no orçamento do Fundo de Resolução não cobre, nem de perto nem de longe, as verbas que têm sido faladas" para uma eventual injeção extraordinária, prosseguiu o governante, garantindo que "aquele limiar de despesa não vai ser ultrapassado".
Mário Centeno disse que o valor tem de estar orçamentado "mesmo que a despesa do Fundo de Resolução venha a ser financiada diretamente por empréstimos do sistema bancário nacional".
"Mesmo que essa despesa seja financiada por esse empréstimo, e não com empréstimo do Estado, essa questão [a injeção extraordinária] tem que vir à Assembleia da República porque não está enquadrada no Orçamento do Estado", garantiu o ministro.
O BE e o PCP questionaram também o ministro sobre uma eventual descida do IVA na eletricidade que beneficie as famílias.
"A proposta do Governo não nos satisfaz, temos dúvidas sobre a sua exequibilidade e equidade. A eletricidade e o gás são bens essenciais, era fundamental reduzir o IVA da energia para 6%", disse Duarte Alves.
Do PAN, o deputado André Silva lamentou ainda que no seu discurso o Governo tenha repetido várias vezes que está comprometido com descarbonização, mas depois se coloque "imerso em desculpas e subterfúgios".
"Não há correspondência entre o que Governo quer fazer e o que o Governo faz", disse André Silva, perguntando ainda ao ministro sobre a viabilização do Aeroporto do Montijo, questionando sobre eventuais "interesses" por detrás do projeto.
A proposta de OE2020, que prevê o primeiro excedente da democracia (0,2% do Produto Interno Bruto), foi aprovada na generalidade com os votos favoráveis do PS, abstenção de BE, PCP, PAN, três deputados do PSD Madeira, PEV e Livre, e votos contra da restante bancada do PSD, CDS-PP, IL e Chega.
O prazo para os partidos proporem alterações à proposta de lei do OE2020 termina hoje às 18h00.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.