Lusa
JornalistaO Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, discursa esta segunda-feira na cerimónia comemorativa dos 110 anos da Implantação da República, na Praça do Município, num formato mais restrito devido à pandemia.
Este será o quarto discurso de Marcelo Rebelo de Sousa em cerimónias comemorativas da Implantação da República, na Praça do Município, e o último do seu mandato como Presidente da República, que se iniciou em 2016 e termina em 09 de março de 2021.
A cerimónia de celebração do 5 de Outubro inicia-se com a chegada do Presidente da República, às 10h30, que assiste à continência da força da GNR em parada e dirige-se em seguida para o Salão Nobre, seguindo-se o hastear da Bandeira Nacional, na varanda, ao som do Hino Nacional.
Na sessão, adianta uma nota da câmara de Lisboa, estarão o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, o primeiro-ministro, António Costa, e, devido à atual situação de pandemia, estão ainda presentes os quatro presidentes dos tribunais superiores e cinco vereadores, um de cada força política representada na autarquia.
Hastear da bandeira ao som do hino dá inicio às comemorações dos 110 anos da Implantação da República
O hastear da bandeira ao som do hino dá inicio às comemorações dos 110 anos da Implantação da República.
medina
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, pediu que todos assumam "a coragem da responsabilidade" da resposta à situação difícil do país, sem "crises artificiais".
No seu discurso nas cerimónias comemorativas do 05 de Outubro, Medina elogiou a "visão estratégica e o rumo" escolhidos pelo Governo para responder "de forma inclusiva, ecológica e socialmente responsável" à segunda crise no espaço de uma década.
"Para que isso aconteça é necessário que o país se mantenha focado no essencial. Ninguém entenderia que, num país ainda marcado por feridas da última crise, alguns preferissem uma crise artificial à responsabilidade da resposta à vida de milhões de portugueses", sublinhou.
Durante o discurso Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa e Ferro Rodrigues estão de máscara e numa plateia restrita devido às regras da Covid-19.
marcelo
O Presidente da República apelou esta segunda-feira à unidade no essencial na resposta à crise provocada pela covid-19, com equilíbrio entre proteção da vida e da saúde e da economia, e sem dramatização a mais nem a menos.
Marcelo Rebelo de Sousa deixou esta mensagem na cerimónia comemorativa do 110.º aniversário da Implantação da República, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, em Lisboa, defendendo que é preciso "continuar a compatibilizar a diversidade e o pluralismo com a unidade no essencial".
"O que nos diz este 05 de Outubro é que temos de continuar a resistir, a prevenir, a cuidar, a inovar, a agir em liberdade, a saber compatibilizar a diversidade com a convergência no essencial, a sobrepor o interesse coletivo aos meros interesses pessoais", afirmou.
O chefe de Estado referiu que "há quem prefira soluções para o estado de exceção sanitária que sacrificariam drasticamente economia e sociedade" e "há quem prefira soluções para a economia e sociedade que aumentariam riscos para a vida e saúde".
"Há quem proponha tempos e modos diferentes, do lado da vida e da saúde, como do lado da economia e da sociedade. Esta diversidade é democrática, e é por isso respeitável. Procuremos respeitá-la, buscando a convergência no essencial, evitando quer o excesso de dramatização, quer o excesso de desdramatização dos dois lados", acrescentou.
Marcelo defende que esta é uma oportunidade para mudar instituições e comportamentos
"A recuperação económica durará anos, e mais anos mesmo se for uma oportunidade desperdiçada para mudar instituições e comportamentos e antecipar de modo irreversível o nosso futuro", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, em Lisboa.
Sem especificar a que instituições e comportamentos se referia, o Presidente da República acrescentou que "essa mudança só valerá realmente a pena se não servir só alguns portugueses privilegiados, mas permitir que se ultrapassem pobreza, desigualdade, injustiça social".
Marcelo Rebelo de Sousa realçou que "a pandemia e a paragem económica e social" são globais e que "ninguém sabe" quando é que haverá tratamento e vacina para a covid-19.
No início da sua intervenção, que durou cerca de 12 minutos, o chefe de Estado recordou que, desde que foram confirmados os primeiros casos de infeção com o novo coronavírus em Portugal, o país passou por "situações de alerta, de contingência, de calamidade, estado de emergência duas vezes renovado" e que se mantém "em situação de contingência em todo o território continental".
Em seguida, descreveu a realidade económica e social ao longo deste período: "Desde março, conhecemos, primeiro, a paragem abrupta de muita da atividade económica durante três meses, com desemprego ou baixa de salário em parte considerável do setor privado, e sufoco de inúmeras micro, pequenas e médias empresas, com decorrente aumento acelerado do défice orçamental e da dívida pública".
"E, depois, rearranque desigual e, em múltiplos casos, hesitante ou não duradouro da atividade paralisada", prosseguiu, considerando que Portugal se encontra também "em estado de exceção económica e social".
ps reage
O secretário-geral adjunto do Partido Socialista (PS) considerou que o apelo do Presidente da República à ética republicana e à convergência significa colocar o interesse público acima de interesses individuais, como no Orçamento do Estado.
"O facto de o senhor Presidente da República ter sublinhado por várias vezes a importância de cultivarmos a ética republicana, isso significa colocarmos à frente dos interesses particulares, partidários ou individuais o interesse público, o interesse da República. Ora, é por considerarmos que a aprovação do Orçamento do Estado corresponde a esse interesse público e da República que consideramos que a mensagem do senhor Presidente da República, ao apelar à convergência - naturalmente no respeito pela diversidade, pelo pluralismo político, nas ideias, pela diversidade nas opiniões - para salvaguardar o interesse geral, que é o interesse da República, é bastante relevante", disse José Luís Carneiro em declarações à Lusa.
psd reage
O PSD considerou que Marcelo Rebelo de Sousa fez "um discurso muito institucional e muito adequado ao momento", no qual os sociais-democratas se reveem "integralmente" porque apela à "consensualização e sentido de responsabilidade" de todos os agentes políticos.
"É muito importante que todos percebamos que a questão sanitária durará, esperamos nós, o menor tempo possível. Mas a questão económica que se sobreporá durará muito mais. É muito importante que exista consensualização, sentido de responsabilidade e sobretudo um poder de fiscalização enormíssimo", disse o vice-presidente do PSD André Coelho Lima já na fase em que respondia a perguntas dos jornalistas.
Antes, o deputado social-democrata, que reagiu em nome do PSD ao discurso de Marcelo Rebelo de Sousa na cerimónia comemorativa do 110.º aniversário da Implantação da República, disse que o PSD se "revê-se integralmente nas palavras" do Presidente da República, o qual fez "um discurso muito institucional e muito adequado ao momento que vivemos".
Marcelo Rebelo de Sousa apela à união no 5 de Outubro mais sofrido da Democracia
PSD elogia discurso do PR
O PSD considerou que Marcelo Rebelo de Sousa fez hoje "um discurso muito institucional e muito adequado ao momento", no qual os sociais-democratas se reveem "integralmente" porque apela à "consensualização e sentido de responsabilidade" de todos os agentes políticos.
"É muito importante que todos percebamos que a questão sanitária durará, esperamos nós, o menor tempo possível. Mas a questão económica que se sobreporá durará muito mais. É muito importante que exista consensualização, sentido de responsabilidade e sobretudo um poder de fiscalização enormíssimo", disse o vice-presidente do PSD André Coelho Lima já na fase em que respondia a perguntas dos jornalistas.
Antes, o deputado social-democrata, que reagiu em nome do PSD ao discurso de Marcelo Rebelo de Sousa na cerimónia comemorativa do 110.º aniversário da Implantação da República, disse que o PSD se "revê-se integralmente nas palavras" do Presidente da República, o qual fez "um discurso muito institucional e muito adequado ao momento que vivemos".
Maçonaria destaca ameaça dos populismos aos valores republicanos
O Grão-Mestre da Maçonaria alertou para o risco que correm nos dias de hoje os valores republicanos, com a ascensão de populismos, alimentada pela propagação de 'fake news' e pelos medos causados pela pandemia.
Na sua mensagem do 05 de Outubro, o Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano (GOL), saúda o dia da república e dos seus valores, associados à "prevalência do interesse público sobre interesses particulares", lamentando que estes contrastem com "o estado atual do mundo e do país".
"Os sinais de alerta são cada vez mais evidentes", sinais estes que a "pandemia veio amplificar exacerbando medos, fomentando angústias, facilitando as notícias falsas e a desinformação, simplificando perigosamente as mensagens, numa trajetória populista preocupante que, a prazo, justificará uma deriva messiânica que, como Maçons, teremos de combater com todas as nossas forças", considera Fernando Lima.
CDS-PP considera que PR pediu cautelas éticas no uso de fundos europeus
O presidente do CDS-PP saudou o discurso do 5 de Outubro do Presidente da República, considerando que pediu cautelas éticas na aplicação de fundos europeus, contra a "corrupção, clientelismos e compadrios".
Numa reação à intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa nas cerimónias do 110.º aniversário da Implantação da República, Francisco Rodrigues dos Santos afirmou que, "na opinião do Presidente da República e do CDS-PP, os milhões da Europa não podem ir parar às mãos dos privilegiados, de empresas amigas do Governo, mas sim aos que mais precisam".
"Saudar as importantes e oportunas palavras do senhor Presidente da República, em particular quando sublinhou a necessidade de acautelar valores éticos na aplicação de fundos europeus, impedindo a corrupção, clientelismos e compadrios", referiu, em declarações aos jornalistas na sede do CDS-PP, em Lisboa.
BE diz que tem "algumas respostas" para o diagnóstico do PR
O líder parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) defendeu que o partido tem apresentado, nas últimas semanas, "algumas respostas" para a crise que o Presidente da República diagnosticou hoje no discurso do Dia da Implementação da República.
"Este discurso teve três ideias fortes. Um apelo a uma resposta forte à crise pandémica, mas também social e económica. A indicação de que estas respostas à crise não podem ser apenas para os privilegiados e, uma nota que decorre desta, uma rejeição dos compadrios e da corrupção", analisou Pedro Filipe Soares.
Em reação ao discurso de hoje do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, nas comemorações do 110º aniversário do 5 de Outubro, o líder bloquista defendeu que nessas ideias "se compreende algumas das respostas que o Bloco de Esquerda tem dado nas últimas semanas".
Chega critica discurso "vago" de PR e "sem nada de palpável para os portugueses"
O Chega criticou o discurso do 05 de outubro do Presidente da República, afirmando que Marcelo Rebelo de Sousa apostou numa "mensagem vaga de defesa da liberdade" e "sem nada de palpável para os portugueses".
"Esperava-se uma mensagem dirigida à crise, às dificuldades das famílias e empresas, e à prepotência da atuação do Governo (como se viu no afastamento do Presidente do Tribunal de Contas)", afirmou o líder e deputado único do Chega, André Ventura, num breve comunicado em reação ao discurso de Marcelo Rebelo de Sousa na cerimónia comemorativa do 110.º aniversário da Implantação da República.
Em vez disso, na opinião do líder do Chega, o chefe de Estado português "apostou na mensagem vaga de defesa da liberdade, contra as 'ditaduras', sem nada de palpável para os portugueses".
Classificando Marcelo Rebelo de Sousa como o Presidente da República "mais comprometido com um Governo de que há memória em Portugal", André Ventura, pré-candidato às eleições presidenciais de janeiro de 2021, concluiu que o discurso do chefe de Estado foi "uma mensagem igualmente servil e cúmplice do executivo".
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