"Se me tentam intimidar, porque vou ficar com stress por causa disso, estão enganados", declarou Miguel Albuquerque.
Presidente do Governo da Madeira considera que atuação no incêndio deve ser avaliada em função dos resultados
O presidente do Governo da Madeira refutou esta quarta-feira as críticas sobre continuar de férias no Porto Santo durante o incêndio na ilha da Madeira, declarando que assume as suas responsabilidades e que a atuação deve ser avaliada pelos resultados.
"Se me tentam intimidar, porque vou ficar com stress por causa disso, estão enganados", declarou Miguel Albuquerque (PSD) aos jornalistas à entrada da Câmara Municipal do Funchal, onde decorre a sessão solene do Dia do Concelho.
O chefe do executivo assegurou que acompanhou a evolução do incêndio rural "desde a primeira hora" e lembrou que, ao contrário de outras situações na região, apesar de o fogo estar ativo há oito dias, não se registou qualquer perda humana, de habitações ou de infraestruturas públicas essenciais.
"Nós neste momento avaliamos os incêndios em função dos resultados e os resultados são esses", sublinhou.
Sobre a sua ausência - o social-democrata interrompeu no sábado as férias no Porto Santo para ir à ilha da Madeira e regressou ao Porto Santo um dia depois -, afirmou: "Isso a mim ninguém me dá lições, porque eu, ao contrário de outros, nunca deleguei as minhas responsabilidades em ninguém, nem disse que a culpa era dos técnicos."
"Eu assumo as minhas responsabilidades políticas", reforçou, mencionando a história "Alice no País das Maravilhas" para se referir ao momento em que a Rainha de Copas diz "primeiro corta-se a cabeça e depois faz-se o julgamento". No seu entendimento, "isso não é maneira de atuar".
Albuquerque defendeu que é preciso "baixar a retórica alarmista" e considerou que a situação "está segura".
"Há um certo alarmismo que eu não percebo porquê. O ano passado tivemos um incêndio na Calheta que destruiu 12 habitações. Este não houve qualquer afetação, nem de infraestruturas, não houve qualquer ferido, não houve qualquer pessoa lesada, as habitações foram salvaguardas, portanto a estratégia estava correta", reforçou.
O chefe do executivo regional elogiou também o desempenho do presidente do Serviço de Proteção Civil: "Se fosse errado, nós tínhamos casas ardidas, tínhamos feridos."
Apesar de o incêndio lavrar há oito dias, Miguel Albuquerque considera que o combate é o adequado, tendo em conta que ocorre em áreas de difícil acesso, pelo que a estratégia consiste, sobretudo, em "salvaguardar núcleos habitacionais, os bens públicos, e o património das pessoas".
"Isso foi feito", assegurou, sublinhando também que, apesar do pedido para um novo reforço de operacionais do continente, que estão a caminho da região, não faltam operacionais para combater o incêndio.
"Se faltassem homens nas zonas cruciais, as habitações e os núcleos habitacionais lá tinham sido destruídos", disse.
Lembrando que este é o 25.º incêndio rural que enfrenta no âmbito do exercício dos cargos de presidente da Câmara do Funchal (1994 -- 2013) e do Governo Regional (desde 2015), Miguel Albuquerque salientou que a avaliação da situação deve ser feita com "serenidade" e reiterou que o resultado decorre sempre das variáveis que importa salvaguardar.
"O combate a um incêndio corre bem ou corre mal em função dos danos, da integridade física, da vida humana, das infraestruturas", disse, para logo insistir: "Não houve perda de nenhuma vida humana, não houve nenhum ferido, nenhuma habitação nem nenhum núcleo habitacional destruído, não houve nenhuma infraestrutura destruída, portanto, os resultados são positivos."
O incêndio rural na Madeira deflagrou há uma semana, dia 14 de agosto, nas serras da Ribeira Brava, propagando-se na quinta-feira ao concelho de Câmara de Lobos, e, já no fim de semana, ao município da Ponta do Sol. Durante a noite passada, chegou também ao Pico Ruivo, concelho de Santana.
Nestes oito dias, as autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores já regressaram, à exceção da Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos, e da Furna, na Ribeira Brava.
O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento, agora mais reduzido, e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de destruição de casas e infraestruturas essenciais.
Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais, indicados pelo presidente do Serviço Regional de Proteção Civil, António Nunes, apontam para 4.392 hectares de área ardida até às 12h00 de terça-feira.
A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas o presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, diz tratar-se de fogo posto.
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