Ministro dos Negócios Estrangeiros considerou o relacionamento entre Portugal e China como "bastante desanuviado".
O ministro dos Negócios Estrangeiros destacou esta segunda-feira "o papel único" que a China pode ter junto da Rússia de persuasão para um compromisso negocial com a Ucrânia, e classificou o relacionamento entre Portugal e China como "bastante desanuviado".
Paulo Rangel falava à comunicação social portuguesa em Pequim, após um encontro com o seu homólogo chinês, Wang Yi, que se realizou no Grande Palácio do Povo, e que serviu de preparação à visita oficial que o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, realiza a este país a partir de terça-feira.
"Foi uma reunião que correu muito bem, em que houve uma grande convergência de pontos de vista quanto às questões que temos de levar para a agenda internacional e em que há um bom relacionamento, um relacionamento bastante desanuviado entre Portugal e a República Popular da China", disse.
Na curta intervenção inicial no encontro no Grande Palácio do Povo, abertas à comunicação social, o ministro dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China defendeu a importância do "sistema multilateral, centrado na Organização das Nações Unidas e no direito internacional".
Segundo a tradução simultânea da sua intervenção, Wang Yi defendeu que a atual situação internacional "torna mais urgente o diálogo e cooperação" e salientou a iniciativa do Presidente chinês, Xi Jinping, de Governação Global, de "trabalho em conjunto para o progresso humano"
"Espero e acredito que a visita do primeiro-ministro vai promover avanços nas relações bilaterais e enfrentar desafios", disse o ministro chinês.
Questionado como se conjuga a defesa do multilateralismo defendido por ambos os ministros com o encontro em Pequim dos dirigentes chinês, Xi Jinping, russo, Vladimir Putin, e norte-coreano, Kim Jong-un, numa parada militar que assinalou o 80.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico, Rangel fez questão de separar os dois planos.
"Temos que separar as coisas muito bem separadas: a China tem sempre defendido, ao nível dos princípios, o multilateralismo e a Carta das Nações Unidas e a posição das instituições internacionais e até a sua reforma", frisou.
O número dois do Governo afirmou, aliás, que Portugal "conta muito com a China para ter um papel de grande influência no sentido de levar a Federação Russa a aceitar um cessar-fogo e um processo negocial tendente à paz" na Ucrânia, salientando tratar-se de "um papel único, que poucas outras potências mundiais terão".
Por outro lado, Rangel fez questão de separar o 'timing' da visita do primeiro-ministro, já agendada há muito, desta reunião em Pequim, que mereceu fortes críticas da União Europeia.
"Estava agendada uma viagem ao Japão no primeiro semestre e uma à China no segundo semestre. Por razão das eleições [legislativas antecipadas], tivemos que comprimir as coisas, temos eleições autárquicas, temos eleições presidenciais", justificou.
Questionado se existiu alguma sensibilidade nas autoridades dos dois países pelas visitas coladas à China e Japão -- precisamente quando a China celebra 80 anos da vitória sobre os japoneses na Segunda Guerra Mundial -, o ministro respondeu negativamente.
"São dois países que nós já conhecemos há 500 anos e que têm relações connosco há 500 anos, evidentemente que compreendem", disse.
Rangel admitiu que a ideia inicial "era fazer duas viagens até mais longas a cada um deles", mas tal não foi possível devido à crise política.
"Que, aliás, agora também se deu no Japão, não sabemos se isso ainda vai ter algum impacto nesta visita, é provável que tenha", disse, referindo-se à demissão anunciada no sábado pelo primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba.
O primeiro-ministro português inicia na terça-feira uma visita oficial à China de dois dias, durante a qual terá um encontro com o Presidente Xi Jinping e passará por Macau, seguindo depois para o Japão, onde ficará até sexta-feira, com passagens por Tóquio e Osaka.
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